Uma onda que vem do Pará: Conheça o ritmo quente que embala nova novela
Glória Perez deixou de lado as tramas ambientadas no Oriente para se concentrar na beleza e nas cores do Pará em sua nova novela, "A Força do Querer". De brinde, a trilha do folhetim das nove da Globo veio recheada com o balanço irresistível do carimbó e da guitarrada.
A riquíssima cena musical do Pará, em especial crescimento na última década, ganhou destaque nos primeiros episódios da trama com a história do casal protagonista, Ritinha (Ísis Valverde) e Guto (Marco Pigossi). Mas, entre carurus e lendas sobre botos, o que os personagens gostam mesmo é de dançar sob o ritmo que desceu do Caribe.
Nos próximos capítulos, os personagens vão se mudar para o Rio de Janeiro, mas você pode continuar a conhecer a magia paraense e as histórias de ilustres artistas do estado, além dos novos "carimbozeiros" que buscam brincar e experimentar suas raízes para além do folclore.
Abra a roda e aumente o som:
Dona Onete
Se a lenda de que a personagem de Isis Valverde é filha de um boto rosa for verdadeira, Dona Onete certamente conhece o pai cetáceo. Decana da arte paraense, a cantora tinha fama de atrair os botos ao cantar na beira do Rio das Flores, em Igarapé-Miri, mas só encantou o público no geral há cinco anos, com o lançamento do primeiro disco profissional. Com flores no cabelo e sempre banhada de um perfume local (que ela leva para todos os lugares), Onete gosta de dizer que seu carimbó é do tipo "chamegado". Ou seja, é para dançar coladinho. A música "No meio do Pitiú" já tocou na novela, que ainda promete lançar a inédita "Boto Namorador".
Para dançar coladinho: "Jamburama"
Félix Robatto
Com barba enorme de lenhador, Robatto parece ter saído de uma banda de rock, mas já tem dois discos dedicados à guitarrada, "Equatorial, Quente e Úmido" e "Belemgue Banger". Inspirado pelos mestres Manoel Cordeiro e Mestre Solano, o músico tocou com monstros consagrados do estado e produziu Gaby Amarantos. Se dedica à uma pesquisa sonora da origem latino-amazônica do ritmo, mas não deixa o humor do brega de lado, com músicas como "Eu Quero Cerveja" e "Cabeça Relax e o Fígado Total Flex".
Para curtir no bar: "Eu Quero Cerveja"
Pinduca
Rumo aos 80 anos de idade, Pinduca é conhecido como o rei do Carimbó, o inventor da lambada e um dos maiores divulgadores do folclore paraense no país. Com tantas nomenclaturas, o cantor e compositor nascido em Igarapé-Miri viajou até para a Europa para mostrar o gingado de músicas como "Sinhá Pureza" e "Carimbó do Macado". O nome surgiu por conta de um enorme chapéu com penduricalhos que começou a usar nos anos 1950 e que até hoje é sua marca registrada. Com roupas coloridas e sempre na estica, ele lançou recentemente o 36° disco de sua carreira pela Natura Musical, "No Embalo do Pinduca", em que dá nova roupagem ao seu repertório.
Para ouvir com a saia levantada: "Sinhá Pureza"
Lucas Estrela
O jovem paraense Lucas Estrela tem apenas 24 anos e passou a adolescência estudando violão clássico, mas não resistiu à guitarrada. Com elementos eletrônicos, o chamado "príncipe do Carimbó" decidiu revisitar toda a tradição de seu estado com o disco instrumental "Sal ou Moscou". Mesmo sem letra, o músico resgata imagens e paisagens que permeiam suas vivências em Belém do Pará e dá prosseguimento a uma tendência experimental, iniciada lá atrás pelo músico Pio Lobato.
Para ouvir com fones de ouvido: "Eletrocarimbó"
Mestre Solano
Mestre soberano das poderosas guitarradas do Pará, Solano foi arrebatado pelo ritmo quente ainda criança. Experimentando a lambada com o brega e a cúmbia, popularizou o ritmo em seis décadas de palco e 17 discos lançados. O suingue que ele tira da sua guitarra na música "O Som da Amazônia" já fez os personagens de "A Força do Querer" dançarem até suar. A música dá nome ao seu disco mais recente, com participação do parceiro de longa data, Manoel Cordeiro.
Para bailar até suar: "O Som da Amazônia"
Lia Sophia
Nascida na Guiana Francesa, mas criada ao som do carimbó do Pará, Lia Sophia é uma das surpresas do tradicional gênero. A cantora já emplacou músicas na novela "Amor Eterno Amor" ("Ai, Menina") e no seriado "A Grande Família", e gosta de dar um toque pop e sensual, sem renegar as raízes. Com sotaque de zouk e brega, seu mais recente disco, que leva seu nome, tem participação de Ximbinha e uma declaração de amor à sua esposa em "Cheio de Flor".
Para ouvir na rádio: "Ai, Menina"
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