Reggaeton é o novo pop? Ritmo gruda nas paradas com caras novas e parcerias
A onda do sertanejo universitário segue firme e forte, mas junto com ela um ritmo bem diferente tem chegado manso às paradas e grudado no ouvido dos brasileiros. Com raízes na música latina e caribenha, o reggaeton finalmente ganha espaço no Brasil mesmo com a barreira da língua.
Mistura de reggae, hip hop, salsa e música eletrônica, o ritmo que soa dançante e moderno tem rendido parcerias e influências inusitadas nos últimos dois anos.
Luan Santana bebe do ritmo na versão especial de "Acordando o Prédio" que fez para o lançamento do clipe da música, gravado em Cuba. "Você Partiu Meu Coração", parceria de Nego do Borel com Anitta e Wesley Safadão, também traz pitadas do reggaeton na melodia e no visual do clipe.
Mas quem são essas novas caras? E por que estão fazendo tanto sucesso? "Temos uma grande ferramenta hoje, que é a música dançante em espanhol usada em aulas de Zumba em todo o mundo. Esse é a mistura real. Ninguém entende uma palavra, mas eles podem dançar", opina Walter Kolm, empresário de Maluma e Carlos Vives, em entrevista à revista Billboard norte-americana.
Para Michelle Rivera, pesquisadora de comunicação da Universidade de Michigan que está publicando um livro sobre reggaeton, o ritmo "se beneficiou de uma população ansiosa para substituir sua história violenta por uma história mais positiva."
A cena é dominada por porto-riquenhos, país que disseminou o reggaeton, mas também tem outros representantes, como os colombianos Maluma e J Balvin, que já gravaram com Anitta ("Ginza" e "Sim ou Não"). De Porto Rico, a dupla Zion & Lennox convidou Ludmilla para uma versão em português de "Otra Vez" e Daddy Yankee canta "Corazón" com Claudia Leitte.
Artistas de língua espanhola que já eram famosos no Brasil entraram na onda e também estão apostando nas parcerias. Entre eles, Enrique Iglesias ("Subeme La Radio" com Zion & Lennox), Rick Martin ("Vente Pa' Ca" com Maluma), Thalia ("Desde Esa Noche" com Maluma) e Shakira ("Chantaje" com Maluma).
Fama crescente
Mas nem só de parcerias com nomes de peso sobrevivem os representantes do reggaeton. Eles têm conquistado espaço cada vez maior com suas músicas próprias. Exemplos não faltam. "Despacito", do porto-riquenho Luis Fonsi com o conterrâneo Daddy Yankee já passou de 1 bilhão de visualizações no YouTube. Com uma versão nova gravada com Justin Bieber, a música chega a aparecer duplicada nas listas de mais tocadas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
"Felices Los 4", a mais nova música de trabalho do colombiano Maluma, quebrou um recorde histórico no YouTube. O clipe atingiu cerca de 9,3 milhões de visualizações nas primeiras 24 horas no ar - marca nunca alcançada por um videoclipe em espanhol. Além disso, Maluma é o único artista com seis canções entre os 50 vídeos mais vistos diariamente na plataforma.
Na próxima semana, Maluma chega ao Brasil para sua primeira turnê promocional no país, como convidado especial de Anitta em shows no Rio de Janeiro (29 de abril) e São Paulo (30 de abril). Os fãs brasileiros do cantor poderão conferir um medley de sucessos de Maluma, além do dueto “Sim Ou Não”. Em São Paulo, o show teve de mudar de local para se adequar a demanda por ingressos.
Quem são eles
J Balvin: Colombiano de Medellín. José Álvaro Osorio Balvín tem 31 anos, oito deles de carreira na música. Sempre apostando no reggaton, seu primeiro disco foi lançado em 2009. Desde então, já lançou seis discos e saiu em turnê com Enrique Iglesias e Pitbull. Com a música "Ginza", foi o primeiro estrangeiro a gravar com a brasileira Anitta. Também já cantou com Robin Thicke, Ariana Grande e Justin Bieber.
Maluma: Com apenas 23 anos, Maluma já é considerado o ídolo da nova música latina. Batizado de Juan Luis Londoño, o artista criou o nome artístico Maluma das duas primeiras letras do nome de sua mãe, pai e irmã. O colombiano de Medellín é um dos artistas mais populares das redes sociais. São 23 milhões de fãs no Facebook, 3,7 milhões no Twitter e 23 milhões de seguidores no Instagram, número que o torna o artista masculino latino com mais seguidores na rede de fotos. Vem ao Brasil no final do mês para se apresentar com Anitta.
Luis Fonsi: O porto-riquenho de 39 anos teve seu primeiro disco solo lançado em 1998 e fez carreira como cantor romântico. Fonsi atualizou seu visual e lançou "Despacito" como o primeiro single do seu ainda inédito 10º álbum. Radicado nos EUA desde a infância, ele já cantou em inglês e chegou a montar uma boyband na adolescência com Joey Fatone, que anos mais tarde virou um dos cinco integrantes do N'Sync.
Daddy Yankee: Se você está na faixa dos 30 anos deve ter dançado muito ao som de "Gasolina", principal hit do porto-riquenho, que foi lançado em 2004. Depois deste sucesso, Daddy Yankee ficou um pouquinho sumido das rádios no Brasil, até reaparecer em uma parceria com Claudia Leitte. A faixa "Corazón" foi lançada no programa "The Voice Brasil", em dezembro de 2015, e o porto-riquenho veio até o Rio de Janeiro para dividir o palco com a brasileira. Bastante famoso nos Estados Unidos, Daddy Yankee já apareceu na lista dos 100 mais influentes da revista Time.
Zion & Lennox: Félix Ortiz Torres e Gabriel Pizarro se conheceram em 1998 no bairro em que moravam, em Porto Rico. A dupla existe desde 2000, mas os dois também têm carreira solo. Acabaram se separando por um tempo depois de fazerem muito sucesso em Porto Rico e na América Latina, mas voltaram a trabalhar como dupla em 2010. Em 2017 lançaram a música "Otra Vez" em parceria com a cantora brasileira Ludmilla e também gravaram com Enrique Iglesias a música "Subeme La Radio".
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