Thayná Bittencourt, da "obrigação" do rock à escolha pela música sertaneja
Thayná Bittencourt, 19, não tinha muitos motivos para sorrir quando começou a carreira há seis anos. Eram tempos de Restart e Cine, e a ex-modelo mirim se via "obrigada" a algo próximo ao rock —ou à vertente mais pop e colorida dele. Não deu certo, o tempo passou e agora ela enfim encontrou um nicho para chamar de seu: o sertanejo.
"Eu queria gravar sertanejo desde quando fazia eventos pela agência [de modelos]. Mas aí, quando eu tinha 13 anos, na época em que a Paula Fernandes estava estourada, um produtor veio e martelou na minha cabeça que sertanejo não funcionava para mulher, que a Paula era uma agulha no palheiro. Disseram que eu ia perder tempo e dinheiro”, diz ao UOL a jovem, lembrando tempos em que a maré do sertanejo feminino pouco lembrava o tsunami de hoje.
“Então eu fui lá, gravei o CD com banda, mas aquilo não era o que eu gostava de verdade. Quando ia fazer show, eu não curtia cantar minhas músicas. Acho que quando a gente não faz uma coisa com amor, não tem como dar certo mesmo. Graças a Deus, voltei para o meu lugar.”
Os números de Thayná a credenciam promessa do estilo. Com apenas três anos de sertanejo, a jovem faz em média 15 shows por mês. Quase sempre lotados. Seus vídeos no YouTube, a maioria simplesmente tocando e cantando ao celular, não raro ultrapassam 1 milhão de visualizações. São três músicas lançadas e um novo disco programado para o fim de maio, com versões e parcerias.
Até aí, Thayná segue à risca para o estouro nacional, mas basta olhar para uma de suas fotos de divulgação para perceber certa discrepância. Pequena e franzina, ela tem um visual bem mais “moderno” do que é praxe no gênero, o que vem lhe rendendo seguidores jovens.
Em vez de tubinho, bota com salto e cinturão, ela vai de camiseta, tênis cano baixo e às vezes até com uma jaqueta de couro a tiracolo. Com esse ar descolado, ela poderia facilmente se passar por atração de rock alternativo no festival Lollapalooza. E às vezes se passa.
“Algumas vezes, o pessoal do hotel não acredita nem que sou cantora”, brinca. “Quando acham, pensam que canto rock, pop. Mas, hoje em dia, a roupa não diz mais nada. Muitos, inclusive, sempre tiveram medo de se vestir diferente e escolheram seguir um rótulo. Mas você não precisa usar vestido, camisa ou calça apertada para ser sertanejo.”
A conta desse processo de aceitação interna, diz Thayná, vai para o ídolo Luan Santana, que há anos trilha em direção à tendência do “popnejo”. “Ele tem voz, postura de palco, estilo, repertório. Ele é único para mim. Eu me espelho muito no Luan. Meu disco inclusive será bem diversificado, muito por influência dele”, revela a cantora, que afasta o rótulo de musa adolescente.
Outra referência? Legião Urbana. “Escuto de tudo, mas também sou muito fã do Renato Russo. Ele era muito inteligente, e as letras da Legião Urbana são incríveis.” Estaria aí a origem do vozeirão seco, grave e dramático de Thayná? Não é para tanto. “Sou muito fã da Marília Mendonça também. E é uma honra se sou comparada a ela. Mas eu ainda não componho. Preciso levar uns chifres para saber compor tão bem quanto ela. (risos)"
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