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Velório de Belchior acontece nesta segunda-feira no Ceará

Do UOL, no Rio

30/04/2017 21h41

O corpo do cantor Belchior chega na manhã desta segunda-feira (1) em Fortaleza, segue para Sobral, sua cidade natal, com velório no teatro São João, de 7h às 10h. De lá, volta para a capital do Ceará para o velório aberto ao público, a partir do meio-dia no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Na terça-feira, uma missa e corpo presente acontece no mesmo local. O sepultamento será no mesmo dia no Cemitério Parque da Paz. 

Belchior morreu de causas naturais, aos 70 anos, enquanto ouvia música clássica em casa, na madrugada deste domingo (30), em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmado ao UOL pelo delegado Luciano Menezes.
 
"O resultado da necropsia saiu há pouco. Segundo legista, houve dissecção dá aorta, causa natural. Não estava doente e não tinha histórico de problemas de saúde".
 

Na noite de sábado, o artista queixou-se de frio, agasalhou-se e foi ouvir música clássica em um sofá, no quarto onde compunha músicas. "Não quis ir para o quarto com a mulher e hoje pela manhã foi por ela encontrado, já sem vida, deitado no mesmo sofá", completou o delegado.

Segundo relato, o cantor estava bem de saúde, não tomava remédios e levava a vida "como um monge". O socorro foi acionado, mas encontrou o cantor sem vida.


Enigmático e "desaparecido"

Um dos compositores mais emblemáticos dos anos 1970, Antônio Carlos Belchior nasceu em 1946 em Sobral, no Ceará, onde trabalhou em rádio e bebeu direto na fonte do repente, influência sentida em suas letras. 

Nos anos 1970, depois de estudar filosofia e medicina, ligou-se a um grupo de jovens compositores cearenses que queriam seguir a carreira musical, entre eles o cantor Fagner.

Em 1972, foi descoberto por Elis Regina, ao lançar “Mucuripe”, canção sua com o amigo. Mais tarde, a gravação de Elis para "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida" impulsionou ainda mais a carreira do cantor. As duas canções, junto com "Apenas um Rapaz Latino Americano", estão no trabalho mais célebre de sua carreira, “Alucinação” (1976).

Nos últimos anos, Belchior ficou conhecido por ter abandonado a carreira, a família e os bens pessoais. Em agosto de 2009, foi dado como desaparecido pela família e amigos. O sumiço foi destaque até no jornal britânico "The Guardian". O artista, no entanto, foi visto pela cidade de Artigas, no Uruguai e, depois, em Porto Alegre.

Localizado pelo programa "Fantástico", o cantor se recusou a falar o motivo do desaparecimento, mas afirmou que estava compondo e fazendo shows. Santa Cruz do Sul era sua atual morada.