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Gil fala sobre morte com Bial: "Com a velhice, meditar sobre é necessário"

Pedro Bial entrevista Gilberto Gil em seu novo programa de entrevistas na TV Globo - Reprodução
Pedro Bial entrevista Gilberto Gil em seu novo programa de entrevistas na TV Globo Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/05/2017 14h02

O cantor e compositor Gilberto Gil, 74, debateu sobre a morte durante participação no programa “Conversa com Bial”. De maneira franca e aberta, Gil afirmou que anda pensando no assunto com maior frequência, após ter ficado internado no ano passado por mais de 80 dias para tratar uma insuficiência renal.

“Com a velhice, a meditação sobre a morte se torna mais impositiva, necessária. A gente começa a lidar com essas questões”, disse o compositor, durante entrevista levada ao ar na noite de segunda-feira (8). “Não precisa ser tabu.”

O programa começou com o próprio Gil tocando “Não Tenho Medo da Morte”, canção escrita depois de uma longa conversa sobre o tema com o neurocientista português Antonio Damásio, com versos como: "Não tenho medo da morte, mas medo de morrer, sim, a morte é depois de mim. Mas quem vai morrer sou eu, o derradeiro ato meu, e eu terei de estar presente”.

Gil canta os versos de "Não Tenho Medo da Morte" - Reprodução - Reprodução
Gil canta os versos de "Não Tenho Medo da Morte"
Imagem: Reprodução

A relação de Gil com a morte esteve presente logo na infância com o pai médico. “Eu tive logo cedo uma percepção que aquilo [a morte] fazia parte da vida. Que só existe o fim da vida porque houve o começo dela”.

O cantor agora se debruça em novas composições sobre o nascimento da bisneta Sol de Maria e do neto Sereno, que devem fazer parte do novo disco que ele tem preparado.

A participação da jornalista Camila Appel, criadora do blog Morte Sem Tabu, também introduziu o assunto: “O que você quer ser quando morrer?”.

“Tanto faz”, respondeu Gil. “Se for o nada, com nada não há problema nenhum. Nada é nada”, disse o cantor, que afirmou não pensar em orientações para depois de sua morte. “Eu não tenho nada disso. Depois que eu me for, os vivos que lidem”.