"Tive a ilusão de que a droga era estimulante criativo", diz Nando Reis
O cantor e compositor Nando Reis foi o entrevistado desta segunda-feira (19) no programa "Conversa com Bial" (Globo). No bate-papo, o artista falou sobre carreira, experiências, drogas e família.
Logo no início da conversa, Nando Reis falou sobre sua composições autobiográficas. "Acho que a maioria das músicas são escritas na primeira pessoa do singular. Não há forma de não ter um traço autobiográfico. A decisão do assunto carrega a mão do autor".
O cantor falou ainda sobre a importância das composições que são escolhidas para entrar em um álbum. "O que eu faço não é imposição. A forma como eu crio uma música é com o pensamento. Um disco, para mim, não é só o conjunto das melhores canções, são as melhores músicas que devem estar naquele conjunto".
Sobre as composições, Nando destacou o Samuel Rosa, do Skank, como seu maior parceiro de música. "Escrevi com ele a maior parte das minhas composições. Mais até do que nos Titãs. Nos Titãs eu era um compositor minoritário no grupo".
Durante a entrevista, Nando Reis afirmou que a sua grande musa continua sendo Vânia Passos, sua mulher, da qual havia se separado e depois reatou. "Meu casamento com a Vânia foi reatado muito antes desse disco (Jardim/Pomar). Só pra deixar claro, eu a conheço desde os 15 anos, ela é mãe dos meus quatro filhos. Tivemos alguns hiatos, mas estamos juntos de novo e muito bem. Grande parte das músicas foram escritas sobre ela. Mas isso nem é novidade, sempre aconteceu".
A parte mais forte da conversa com Pedro Bial foi quando o cantor comentou sobre o período em que abusava das drogas. "A droga não determina nada, só determina uma perda de qualidade de vida. É muito ruim, muito perigoso. Não vou fingir aqui que não usei, usei sim. Já falei tanto sobre esse assunto, mas você me perguntou e não vou me esquivar. Já tive a ilusão de que a droga era um grande estimulante e inspirador e até que minha capacidade criativa estava relacionada a isso".
O maior medo do cantor, no entanto, é o bloqueio criativo. "Estou num momento ótimo da minha vida saudável, mas o meu pavor de não conseguir compor é o mesmo. Eu tenho pavor. Eu componho no violão. Eu faço tudo junto, letra, música, angustia. O fundamental é ter violão".
Na segunda parte da entrevista, Pedro Bial convidou o ator Pedro Monteiro para falar sobre os ruivos. A plateia, inclusive, estava repleta de pessoas ruivas. O ator falou sobre o "movimento vermelho": "Queremos meia entrada no dermatologista. Queremos cota ruiva nas universidades. Queremos jogadores ruivos na seleção brasileira", brincou. "Realmente chama a atenção ser ruivo. O ruivo é meio estrangeiro em qualquer lugar. No Brasil é raro ter ruivos", afirmou Nando Reis.
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