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Apple negocia percentual menor para gravadoras, dizem fontes

Aplicativo Apple Music é apresentado pelo diretor-executivo da empresa, Tim Cook (esquerda), e pelo fundador da Beats, Jimmy Iovine, em San Francisco (EUA) - Jeff Chiu/AP
Aplicativo Apple Music é apresentado pelo diretor-executivo da empresa, Tim Cook (esquerda), e pelo fundador da Beats, Jimmy Iovine, em San Francisco (EUA) Imagem: Jeff Chiu/AP

Lucas Shaw e Alex Webberg

Bloomberg

26/06/2017 12h57

A Apple está tentando reduzir a fatia das gravadoras no streaming, dentro dos esforços para revisar seu relacionamento com a indústria da música, segundo pessoas a par do assunto.

As conversas cobrem acordos para a Apple Music, o serviço de streaming lançado há dois anos que disponibiliza milhões de músicas sob demanda, e para o iTunes, a loja que vende músicas e álbuns individualmente. Os contratos das gravadoras com a Apple terminam no fim de junho, mas é provável que sejam prorrogados se não houver acordo entre as partes até lá, relataram essas pessoas, que pediram anonimato por estarem discutindo informações privadas.

As negociações aproximariam as taxas pagas pela Apple e pelo concorrente Spotify, ajudando as gravadoras e a fabricante do iPhone a se adaptarem à nova realidade da indústria da música, que renovou suas esperanças com os serviços de streaming após uma década de decadência na era digital.

As gravadoras estão mais otimistas com o futuro. O segmento cresceu 5,9 por cento mundialmente no ano passado, graças a serviços pagos de streaming como Spotify e Apple Music. As gravadoras recentemente fecharam um novo acordo com o Spotify aceitando reduzir sua parcela, contanto que a expansão do Spotify continue.

Pelo contrato atual da Apple, as gravadoras inicialmente recebiam aproximadamente 58 por cento da receita dos assinantes do Apple Music, uma parcela maior do que a oferecida pelos maiores serviços de streaming..

Nas negociações mais recentes, o Spotify reduziu a fatia das gravadoras de 55 por cento para 52 por cento, vinculando esse corte a garantias relativas ao crescimento no número de assinantes. As gravadoras estão abertas a aceitar um percentual menor da Apple, contanto que a companhia também aumente a base de assinantes e cumpra outras exigências, disseram as fontes.

A Apple inicialmente decidiu pagar a mais para aplacar as gravadoras, que temiam que o serviço Apple Music tirasse vendas do iTunes, que é uma importante fonte de receita para essas empresas. Embora tenham desabado nos últimos anos, as vendas de música online ainda respondem por 24 por cento das vendas nos EUA, segundo a Associação da Indústria de Gravação da América.

A expansão do Apple Music não tem prejudicado tanto o iTunes quanto as gravadoras temiam, mas as companhias ainda querem se precaver.

As gravadoras pedem que a Apple se comprometa a promover o iTunes e a música em geral em países nos quais o streaming não é tão prevalente. No Japão e na Alemanha, que estão entre os maiores mercados de música do mundo, as pessoas ainda preferem comprar álbuns e músicas individuais a usar serviços que tocam diretamente da internet. Em locais onde a banda larga móvel é ruim, os consumidores tendem a baixar músicas do iTunes em vez de usar Apple Music ou Spotify.