Elvis não morreu! Como é a vida de 3 covers 40 anos após a morte do cantor
A máxima “Elvis não morreu” continua mais verdadeira do que nunca. Mesmo 40 anos após sua morte no fatídico dia 16 de agosto de 1977, o “Rei do Rock” ainda é relevante e os tributos ao cantor encantam crianças e adultos. Para entender o fascínio que o cantor ainda exerce, o UOL entrevistou aqueles que ganham a vida interpretando um dos maiores astros da música em todos os tempos. Essas são as suas histórias:
O Elvis que nasceu na Sessão da Tarde
“Tudo que tem até hoje na indústria da música foi o Elvis que começou”, define Renato Carlini, 41, cover de Elvis há 20 anos. “Ele gravou o primeiro clipe, o primeiro acústico e até o primeiro show via satélite, além de também ir para o cinema. O formato que ele criou não foi mudado”.
Renato se apaixonou pela figura do cantor assistindo à Sessão da Tarde das décadas de 1970 e 1980, em que "O Bacana da Velocidade" e "Meu Tesouro é Você" eram transmitidos na Globo. Seus pais também ouviam os discos de Elvis, mas não eram fãs do norte-americano. A partir do contato visual, Renato começou a fazer imitações em seu quarto, depois passou a dublar o rei em festinhas da escola até decidir aprender a cantar para tentar encontrar o timbre certo.
"Vou fazer 20 anos de imitação. Meu ganha-pão é só com o Elvis, faço uma média de cinco shows por semana e tenho mais de dois mil shows comprovados. Eu me preocupo muito com a qualidade do trabalho, da fidelidade. As roupas que uso são feitas pela mesma pessoa que criava para o Elvis, com mesmo molde e tecido".
Para Renato, jamais existirá outro artista como o rei do rock. "Com o charme, o jeito de dançar, a voz, aquela coisa do topete e da costeleta. É uma marca muito forte, e ela abriu uma centena de portas para outras pessoas".
O Elvis que virou o rei da Avenida Paulista
Marcio Aguiar, 44, virou uma das atrações da Avenida Paulista, em São Paulo, com suas apresentações juntando todas as fases de Elvis. "Eu peguei o Elvis dançante com o topete do cinema e o visual dos anos 70, e surgiu o Elvis da Paulista", analisa o músico criado no sertanejo de Minas Gerais.
Marcio batalhou para conquistar seu espaço na música fazendo mais de 30 imitações, "tipo um Tom Cavalcante", como ele se define. Em São Paulo, foi para o MASP tocar violão e os gritos de 'toca Raul' o transformaram em uma metamorfose ambulante, literalmente. Mas foi uma participação na São Silvestre, em que correu vestido como o dono de "Jailhouse Rock" há cinco anos, que Marcio encontrou o seu personagem mais famoso.
"Fui me virando. Comecei a ouvir Elvis até a madrugada e descobri que ele também sempre mesclou temas. O inglês de Elvis é caipira, tipo eu. Ele era um nordestino que se mudou para Minas Gerais", brinca Marcio. O rei nasceu no Mississipi, região afastada dos grandes centros norte-americanos e encontrou sua fama em Memphis, terra do blues e do country.
"Todo mundo gosta do Elvis, é impressionante. Quando eu ia direto para a Paulista, gostava de ir logo cedo. Dava 10 horas da manhã, tinha tanta criança vendo meu show que parecia um programa da Xuxa. Os mais velhos, então, nem se fala. Tem gente que chega até a passar mal", diz o imitador.
Com a fama, Marcio teve a oportunidade de tocar até em eventos da Copa do Mundo 2014, sediada no Brasil, e seu Elvis botou os gringos para dançar. "Eu tive coragem na Fun Fest de tocar 'Suspicious Mind' e emendar um 'Camaro Amarelo' [hit da dupla Munhoz & Mariano]", relembra.
Interpretando os clássicos do rei do rock com sucessos populares nacional, o showman segue na luta. "Não tenho o macacão caríssimo que outros covers têm, mas posso tocar e cantar uma música do Elvis sem tecnologia alguma. Meu berço é na rua".
O Elvis que superou um fiasco no Silvio Santos
"Quando ele morreu, vi várias pessoas chorando e não conseguia entender o motivo. Depois de alguns anos, um amigo me mostrou um disco do Elvis. Foi pela foto que eu bati o olho e me identifiquei com quem gostava muito nos super-heróis, tipo Batman, Robin e Superman: capa, cinto, bota, cabelão. Eu fiquei alucinado", diz Edson Galhardi, 48.
O intérprete afirma que ele não é um imitador, porque "a imitação exige que a pessoa faça igual ao Elvis, e na minha cabeça isso é impossível", mas sim um tributo com "responsabilidade e respeito à imagem do rei".
Os passos para chega a Elvis não foram nada fáceis, e Edson teve que passar por poucas e boas -- até na televisão -- para seguir seu sonho. Edson era de Maringá (PR) e foi ao programa do Silvio Santos algumas vezes para mostrar seu talento. Na quarta vez, conseguiu subir ao palco e se apresentar.
"Foi um fiasco. O pior é que todo mundo estava esperando e ainda foi ao ar no Dia das Mães. Isso gerou um trauma em mim", conta Edson. Mas apoiado pelos amigos (e pelos patrões da empresa em que trabalhava), o músico foi tocar na noite suas versões de "My Way" e "Love Me Tender".
"Eu trabalhava, estudava e ia tocar na noite durante anos. Eu mesmo fazia os trajes, de acordo com as condições que tinha. Somente como Elvis, estou há 20 anos". Edson começou a crescer no mercado -- e a importar o traje oficial que custa US$ 5 mil -- e acha impressionante a força que o nome do rei ainda tem.
"Ele soube semear o amor, mesmo sendo uma pessoa simples que nunca perdeu essa essência. São 40 anos que ele nos deixou fisicamente. Ele foi dono de características únicas, desde o visual até a interpretação".
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