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Como o Rock in Rio deixou pra lá os perrengues e virou um festival família

Projeção da Rock Street, uma das áreas do festival Rock in Rio, erguida no Parque Olímpico - Divulgação
Projeção da Rock Street, uma das áreas do festival Rock in Rio, erguida no Parque Olímpico Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

15/09/2017 04h00

No começo tudo ali era mato. E lama. O primeiro Rock in Rio foi realizado em 1985 em um terreno de 250 mil metros. Na época, o evento ganhou fama por trazer ao Brasil pela primeira vez grandes ídolos do rock. A clássica infraestrutura de festival estava lá: palcos, alimentação, banheiro e muito perrengue. Depois vieram as edições de 1991, no Maracanã, e de 2001, na Cidade do Rock. Mas foi só depois de 2011, quando o festival se internacionalizou sendo realizado em Portugal e Espanha, que o Rock in Rio ganhou a forma que ele tem hoje.

Lama agora é para saudosistas. Esqueça os engarrafamentos, as filas, as poucas opções de comida, os banheiros sujos. Nesta sexta-feira (15), quando os portões da Cidade do Rock forem abertos para os sete dias de música, o festival oferecerá aos fãs um conforto digno dos parques de diversões de Orlando, nos Estados Unidos. E o melhor, num espaço icônico da cidade, o Parque Olímpico, que no ano passado abrigou diversas modalidades da Olimpíada do Rio de Janeiro.

Para se ter uma ideia do público, de acordo com dados divulgados pela organização, cerca de 60% dos ingressos foram vendidos para pessoas fora do Estado do Rio de Janeiro.

Obviamente que muitos estarão lá pela música, mas também estarão em um novo espaço, com o dobro do tamanho do anterior. A nova Cidade do Rock receberá cerca de 100 mil pessoas por dia, apenas 15 mil a mais do que a lotação de 2015, ou seja, sem sufoco. Para comparar: em 2001, em apenas um dia, cerca de 200 mil pessoas foram ao festival. Quem foi, não esquecerá daquele aperto jamais.

Parque de diversões

O público terá à disposição mais de 500 atrações por dia, centenas de opções de alimentação gourmet, milhares de banheiros, shows começando no horário marcado, brinquedos como montanha russa, roda-gigante e tirolesa. Além de várias lojas de marcas parceiras que venderão de tudo, desde meias até instrumentos musicais.

Conforto é a palavra-chave do Rock in Rio. Além de entregar uma excelente experiência ao público, os organizadores do festival também estão preocupado com os patrocinadores. Afinal, nenhuma marca quer seu nome associado a um evento com lama, banheiros podres e fãs reclamando. Nomes como Itaú, Ipiranga, Doritos, Coca-Cola, Bob's e Heineken terão as suas marcas estampadas por todos os lados, junto com outros 700 produtos licenciados.

Se rodas-gigantes e montanhas-russas não derem ao público suficientemente o clima de parque de diversões, haverá duas ruas temáticas, bem ao estilo da Disney, batizadas de Rock Street África e Rock District, com direito a construções cenográficas emulando uma cidade.

Oferecendo cada vez mais "experiências únicas" e menos rock and roll, o festival deixará o público com um sentimento de "ter participado da festa" para no futuro eles poderem dizer para os filhos "eu fui".