Após arrasar com a Cidade do Rock, Pabllo Vittar quer voltar em 2019
O Rock in Rio chegou à sua sétima edição com um cardápio bem servido de estrelas internacionais, mas quem causou um furacão na Cidade do Rock sequer teve o nome divulgado na programação.
Como se não bastasse Pabllo Vittar ter jogado a arte drag na sua (na nossa) cara nos últimos meses, emplacando hits não só virtuais, como também nas rádios mais populares, a cantora conseguiu furar um bloqueio no mundo de Roberto Medina, repleto de atrações mais seguras e conhecidas, mas que não necessariamente vivem o seu ápice.
Anunciada poucas horas antes, Pabllo fez um pocket show no espaço de um patrocinador e atraiu uma massa maior e mais ruidosa do que o Palco Sunset havia reunido até o fim da tarde de sexta (15), no primeiro dia de festival.
Sobre bases gravadas, ela quicou, bateu cabelo, abriu espacate e elevou sua voz de contratenor usada sem parcimônia em uma sequência de hits, sintonizados com os gêneros populares do Nordeste, como o brega e o tecno melody (vide “K.O” e "Corpo Sensual").
O público mandou seu recado ali mesmo: “Vá para o Palco Mundo”, gritavam para Pabllo, no dia em que Lady Gaga deixava vazio o espaço na programação voltado para um nome representativo do movimento gay – algo que Maroon 5 não conseguiu preencher totalmente.
Como se o clamor dos fãs tivesse dado aquele empurrãozinho, Pabllo finalmente pisou no maior palco do Rock in Rio na noite seguinte, a convite de Fergie.
De olho na grande plateia e na vitrine mundial que se tornou o festival, a cantora americana exigiu a presença de Pabllo, após Anitta indicar a amiga. A drag já estava em viagem para outro show e acelerou um pouco mais a já atribulada agenda para realizar um sonho declarado.
Em apenas cinco minutos, ela engoliu a presença de Fergie e fez a plateia que já caia no marasmo voltar a vibrar. Pisava (e muito) ali a primeira drag queen do festival.
A penetra tem um hit lançado lá fora ("Sua Cara", gravado em parceria com Major Lazer e Anitta) e é um sucesso nas redes sociais (é a drag com mais seguidores no Instagram e um dos artistas brasileiros com mais visualizações no YouTube por clipe), mas com o apetite de seus 22 anos, ela vislumbra mais. “O céu é o limite”, disse, ao UOL, após tirar o domingo de folga – algo cada vez mais raro na agenda cheia de 18 shows por mês e outras dezenas de gravações.
“Quero poder levar o meu trabalho para cada vez mais gente. Levantar a bandeira do amor, respeito e tolerância pra todo mundo”, explica, sem deixar de ser motivacional. “Quero mostrar para os Vittarlovers [como ela chama sua fanbase] que quando a gente se ama, é verdadeiro e acredita, a gente pode fazer o que a gente quiser”.
Como sua passagem pelo Rock in Rio comprovou, a ferveção é garantida, mas Pabllo diz estar de olho nos ganhos que toda essa vitrine traz para a causa gay. “Acho que foi um grande passo. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas estamos sim ganhando mais força.”
Antes de voltar à rotina de popstar, ela confessa manter ainda um sonho maior: Ser a atração oficial no maior palco do festival. “Eu iria amar”.
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