Com Steven Tyler endiabrado, Aerosmith faz (mais uma) despedida no Rio
Você já deve ter perdido as contas de quantas vezes o Aerosmith anunciou sua turnê de despedida, mas quanto mais a banda ameaça encerrar as atividades, melhor ela fica.
Os sexagenários voltaram ao Brasil um tanto endiabrados e fizeram um dos shows mais enérgicos do festival até então. Em especial, o carismático front man, Steven Tyler. O decano da banda, perto de seus 70 anos, foi o mais vigoroso em sua estreia no Rock in Rio, encerrando o quarto dia de festival.
Ele improvisou ao lado de Joe Perry na cover de “Oh Well”, atazanava os companheiros de banda para cantar junto dele no microfone, dançava especialmente para as câmeras e corria para tirar fotos com o público na grade. Brincou até com os mamilos do guitarrista no fim de “Dude (Looks Like a Lady)”.
A voz também não decepcionou e foi de um orgasmo emulado em “Livin’ on the Edge” aos gritinhos em “Crazy”. Em “Eat the Rich” estendeu tanto a nota que fez questão de tossir no fim. Para o público, propôs até quebrar os padrões. “Eu falo se ‘acalmem’ e vocês agitam”, pediu. A idade nem se faz notar.
Joe Perry, que no ano passado assustou os fãs com problemas no coração, está em ótima forma. Seja no slide guitar ou com o instrumento nas costas, ele arrasou nos solos e nos riffs como segue a cartilha do melhor do hard rock.
Embora tragam nas costas hits desde 1973, o Aerosmith privilegiou a fase no final dos anos 1980, quando a banda renasceu para um público mais jovem e se tornou um ícone da geração MTV.
Dessa fase vieram “Love in an Elevator", “Living in the Edge”, “Cryin’” e “Falling in Love (is Hard on the Knees)”. A balada mais popular dessa época, “I Don’t Want to Miss a Thing”, trilha sonora do filme “Armageddon”, embalou os casais e foi cantada quase sozinha pela Cidade do Rock.
Baladona old school mesmo, para os (ainda) mais velhos, veio no bis com “Dream On”, junto com “Walk This Way”, hit responsável pelo rejuvenescimento da banda após anos de baixa popularidade.
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