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Coringa no cinema, Jared Leto traz sua banda em fase "paz e amor" ao RiR

Jared Leto encarna o Jesus do rock em apresentação do Thirty Seconds to Mars em São Paulo (2014) - Manuela Scarpa/Photo Rio News
Jared Leto encarna o Jesus do rock em apresentação do Thirty Seconds to Mars em São Paulo (2014) Imagem: Manuela Scarpa/Photo Rio News

Do UOL, em São Paulo

24/09/2017 04h00

Apesar de sua imagem ainda estar atrelada ao Coringa, papel que interpretou nos cinemas em 2016, Jared Leto mostra neste domingo (24), no Rock in Rio, sua faceta musical que em pouco lembra o vilão de “Esquadrão Suicida” ou o ator dado a rituais excêntricos para se preparar para personagens.

Jared Leto  - Divulgação - Divulgação
Jared Leto vivem Niander Wallace em "Blade Runner 2049"
Imagem: Divulgação
Aos 45 anos, aparentando uns 15 a menos, Leto já perdeu 20 quilos para interpretar um travesti em “Clube de Compras Dallas”. Levou o Oscar pelo papel. O período de preparação para virar o Coringa envolveu enviar presentes bizarros aos colegas de elenco. Já em “Blade Runner 2049”, que estreia logo após o fim do Rock in Rio, em 5 de outubro, o ator usou lentes de contato para ficar cego de verdade nas cenas.

Como líder do Thirty Seconds To Mars, penúltima banda a subir no Palco Mundo na despedida da edição 2017 do megafestival, Leto também é aplicado.

Com o microfone nas mãos, no entanto, ele está mais para Bozo, o palhaço “entertainer” que faz tudo para agradar (e elevar) a audiência do que para piadista sádico.

Não é a primeira vez que o trio, composto por Leto, seu irmão Shannon (bateria) e seu amigo Tomo Milcevic (guitarra), vêm ao Brasil. A estreia foi em 2007 e lá se vão dez anos de intimidade.

Um caso de amor com o Brasil, a Thaila Ayala e o açaí

18.out.2014 -  - André Freitas e Gabriel Reis/AgNews - André Freitas e Gabriel Reis/AgNews
Jared Leto e o irmão Shannon: amor pelo Brasil e pelo açaí
Imagem: André Freitas e Gabriel Reis/AgNews

Em 2011, o vocalista já estava à vontade com os brasileiros e surgiu no palco vestido com a camisa 10 da Seleção. Na edição de 2013 do Rock in Rio, ele literalmente “se jogou”. Cantou os dois maiores hits do grupo, “Hurricane” e “The Kill”, antes de se atirar de uma tirolesa. Diferente de sua performance como o Coringa, o sobrevoo foi ovacionado pela multidão.

Em meio a boatos de um affair com Thaila Ayala, Leto retornou em 2014 e se declarou. Não pela modelo e atriz, mas pelo açaí. Ele ainda pediu que os fãs fizessem petição online para o Thirty Seconds to Mars voltar ao Rock in Rio. Foi atendido.

Não há dúvidas de que a banda vai apostar na simpatia, mais uma vez, para ganhar o público do evento. O grupo é expert em relacionamento com fãs e tem até seu próprio festival, o Camp Mars. Em agosto passado, Leto e companhia se reuniram com seus seguidores pelo terceiro ano consecutivo nas regiões montanhosas de Malibu (Califórnia).

“O Camp Mars dá aos fãs a chance de reviver os acampamentos de verão da infância enquanto interagem com o Thirty Seconds to Mars por meio de uma variedade de atividades como ioga, jogos, caminhada, meditação e instalações de arte”, diz uma reportagem sobre o evento publicada no site Patch, especializado em música.

Novo single

Musicalmente, o Thirty Seconds to Mars deve mostrar pelo menos uma novidade. A banda deu fim ao jejum de inéditas em agosto passado, lançando o single “Walk on Water”, primeiro do novo disco, que está marcado para sair em novembro. A banda não divulga novidades desde “Love, Lust, Faith and Dreams”, de 2013.

“Da última vez que lançamos um álbum, não havia carros auto-condutores, spinners, o presidente Trump ainda era aquele cara no ‘Aprendiz’ e Jon Snow ainda não havia morrido. #AlertaDeSpoiler”, disse Leto em comunicado à imprensa ao revelar “Walk on Water”.

Lançada em formato de lyric vídeo com imagens enviadas pelos fãs da banda no dia da Independência dos Estados Unidos, 4 de julho, a música foi comparada pela crítica a uma faixa do Imagine Dragons.

Para Leto, trata-se apenas de uma nova fase. "É uma canção sobre liberdade, uma canção otimista, uma canção de esperança e uma canção que fala com os tempos em que estamos vivendo”. A declaração combina bem com a imagem “paz e amor” que o vocalista cultiva no Thirty Seconds to Mars.