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Volta de formação clássica salva show do Guns da voz desastrosa de Axl

Felipe Branco Cruz

Do UOL, no Rio

24/09/2017 03h39Atualizada em 26/09/2017 10h17

O Guns N’ Roses voltou ao Rock in Rio mais próximo daquela banda que em 1991 passou feito um furacão pela cidade. A volta de Slash e Duff McKagan, reunião que até os fãs já tinham desistido de um dia voltar a ver, finalmente aconteceu e deu liga, mas mais difícil do que fazer as pazes com os antigos companheiros foi encontrar a voz do Axl no palco.

Na noite deste sábado (24), o vocalista fez trocas de roupa e se esforçou para correr de um lado e para o outro como fazia antigamente. A pose de fato é a mesma, já os agudinhos...

Com a voz falha, ele fez questão de cantar no falsete, desafinou ao tentar atingir notas mais altas e transformou boas canções como “Estranged” e “Live and Let Die” (de Paul McCartney) em uma experiência um tanto sofrida. O assobio no início de “Civil War” pelo menos foi mais afinado.

Com um set completo -- até demais, foram 30 músicas – a multidão na Cidade do Rock não reclamou e acompanhou em coro o início do show, com “It’s Easy”, “Mr. Browstone” e “Welcome to the Jungle” na sequência, mas foi só cantar as músicas do último disco, “Chinese Democracy”, para o público esfriar. Em “Better”, por exemplo, rolou um silêncio constrangedor. 

Nem “Black Hole Sun”, homenagem a Chris Cornell, vocalista do Soundgarden encontrado morto este ano, passou incólume. Depois de quase três horas no palco, Axl acertou ao cantar versões de "Whole Lotta Rosie", do AC/DC, e "The Seeker", do The Who (que havia se apresentado horas antes no mesmo palco), com um tom mais grave.

A banda, no entanto, compensou com energia e peso em altos decibéis. Slash principalmente. Em forma, o guitarrista brilhou nos solos e só faltou cantar em “Rocket Queen”.

Foi um alívio quando Duff McKagan assumiu o microfone para cantar “You Can't Put Your Arms Around a Memory”, cover de Johnny Thunders, pinçada do disco “The Spaghetti Incident?”, o último lançado pela formação mais conhecida. A química entre os antigos foi sentida logo no início e fez valer as três horas e meia de show.

Diante da má fama que o Guns N’ Roses alimentou nos tempos áureos, o que foi visto no Rock in Rio foi uma versão um tanto certinha. Sem atrasos, polêmicas e confusões em hotéis, a banda subiu no horário, foi simpática e entregou um show potente, mas quanto a voz, deu saudade daquela época.

A voz de Axl também foi um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a transmissão do show.

267 Comentários

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fernanop326807428

Guns eleito pelos leitores do Uol como melhor show. Esse repórter não sabe de nada

Osnir Sotério

Complicado cobrar de um cantor a mesma voz de 20 anos atrás, ainda mais de um cara que sempre cantou no limite da voz. Difícil é entender críticas vorazes à voz de Axl em tempos de Mc Gui, e companhia.