Antes do Guns, Alice Cooper monta 1º circo de horror do São Paulo Trip
Alice Cooper tinha um sonho: levar aos palcos do rock o show de horror que o mundo aprendeu a amar nos 1960, com o sucesso de longas como "A Noite dos Mortos-Vivos" e séries como "Família Adams" e "Os Monstros".
A estética teatral de filme B, que o público do São Paulo Trip pôde testemunhar na noite desta terça (26) inclui sangue, fumaça, decapitação, bonecos cênicos e clássicos, que foram resumidos em pouco mais de uma hora para um Allianz Parque parcialmente vazio, na abertura do show do Guns N' Roses.
O perfil do fã de Alice Cooper, que influenciou e muito a formação da banda de Axl Rose, é diferente. Muitos não se arriscaram a sair cedo de casa no dia de semana para conferir o cantor americano, espécie de pregador do mau agouro do rock. Perderam. Foi um dos melhores shows do festival.
Atire a primeira pedra quem consegue mandar, na sequência, a trinca "No More Mr. Nice Guy", "Under My Wheels" e "Billion Dollar Babies" logo de saída, deixando tantos outros sucessos de fora do repertório, e ainda assim manter a energia no alto até o fim.
Parte do fogo de Alice, que no Rock in Rio se apresentou com Arthur Brown, vem da guitarrista Nita Strauss, virtuosa, agitadora e de estilo comparável ao de grandes guitar heros dos anos 1980. Seu número solo antes de "Poison" roubou a cena.
Outro belo momento, a balada feminista "Only Women Bleed", que Axl Rose já cantou com o Guns ao vivo nos anos 1990. Poucos sabiam a letra. A coisa funcionou melhor perto do fim do show, principalmente com "School's Out", emendada a trecho de "Another Brick in The Wall", do Pink Floyd, quando o estádio já havia começado a encher. Para o delírio do público, o guitarrista Andreas Kisser subiu ao palco para dar sua palhinha costumeira.
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