Morte de Tom Petty não está confirmada; músico segue internado no hospital
Noticiada com alarde pela imprensa americana, a morte do músico Tom Petty, de 66 anos, não foi oficialmente confirmada. O LAPD, o Departamento de Polícia de Los Angeles, foi à público nesta segunda-feira (2) afirmar que "informações iniciais foram inadvertidamente fornecidas a alguns meios de comunicação", indicando que a rede de televisão CBS News teria se antecipado ao divulgar que o cantor teria morrido.
A própria CBS revogou as informações e agora afirma que Tom Petty está internado em um hospital em Los Angeles em estado grave.
Conforme noticiado em primeira mão pelo site TMZ, Tom Petty foi encontrado em sua casa, no domingo, inconsciente e sem respirar. O site apontou que o norte-americano já não tem mais atividade cerebral e que a família tomou a decisão de desligar os aparelhos e de não tentar ressuscitá-lo. O TMZ afirma ainda que "não é esperado que [ele] viva até o final do dia, mas segue lutando pela vida".
Tom Petty ganhou notoriedade com o grupo que leva seu nome e na bem-sucedida carreira solo. Em mais de 40 anos de música, ele vendeu mais de 80 milhões de álbuns e foi responsável por dezenas de clássicos, entre eles "Free Fallin'", "American Girl," "Stop Draggin' My Heart Around," "Breakdown" e "Listen to Her Heart".
O guitarrista também participou do supergrupo Traveling Wilburys, que ainda tinha Bob Dylan, George Harrison, Jeff Lynne e Roy Orbison. Em 1999, sua banda ganhou uma estrela na Calçada da Fama e, em 2002, o instrumentista foi indicado ao Hall da Fama do Rock and Roll.
Turnê de 40 anos
Em 1976, Tom Petty e sua banda fizeram história com o debute homônimo que ainda segue como um dos álbuns mais lembrados pelos fãs. A banda tinha completado há alguns dias a turnê em comemoração aos 40 anos de carreira com três shows esgotados no icônico Hollywood Bowl, em Los Angeles, quando o músico morreu. A turnê passou por 24 estados norte-americanos com 53 datas.
Tom, em entrevista para a "Rolling Stone" em dezembro do último ano, disse que esta seria a última turnê com sua banda. "Eu estaria mentindo se não dissesse que estava pensando nesta [turnê] ser a última. Estamos todos na casa dos 60 anos. Eu tenho uma neta agora e eu gostaria de vê-la tanto quanto puder. Não quero passar minha vida na estrada".
Os Beatles e as drogas
Criado na Flórida, Tom Petty viu os Beatles tocando no "The Ed Sullivan Show" e percebeu o que queria fazer da vida. "Esse foi um grande momento, de verdade, que mudou tudo. Eu era um fã até esse ponto, mas essa foi a coisa que me fez querer tocar música. Eu ainda acho que os Beatles é a melhor música e tenho certeza que vou para o túmulo com essa ideia".
Em sua biografia lançada no final de 2015, o cantor lembrou algumas passagens complicadas de sua vida, de agressões na infância ao abuso de drogas.
"A primeira vez que aconteceu eu tinha uns 4 anos, talvez 5. Você não consegue imaginar alguém batendo numa criança desse jeito. Lembro-me tão bem. Minha mãe e avó me deitaram na cama, tiraram minha roupa, pegaram algodão e álcool para limpar as feridas em meu corpo", disse Petty ao lembrar dos castigos físicos que recebia do pai.
Já nos anos 80, quando The Heartbrakers vendiam milhões de cópias e o protagonista já tinha o status de lenda, a perda da mãe, Kitty Petty, foi outro baque para o cantor, principalmente pela forma como ele a encontrou no hospital.
"Alguém deixou revistas com a minha cara na capa sobre o corpo da minha mãe. Ela estava apenas deitada lá, entre as revistas. Foi a coisa mais estranha. Eu pensei, 'até nesse momento alguém tem que corromper com alguma reação pela fama, ou seja lá o que isso seja'. Passou pela cabeça da enfermeira que isso deixaria feliz o filho famoso de uma paciente terminal do hospital. Foi um gesto infeliz, inocente mas burro".
A partir dos anos 90, para tentar driblar a depressão, Tom ficou viciado em heroína e constantemente se sentia envergonhado ao analisar aquela época. "Você começa a perder a alma. Você percebe um dia, 'Merda, me perdi. Estou saindo com pessoas que não veria em um milhão de anos, e tenho que sair dessa'. Eu quis sair, usar heroína era contra meus princípios. Não queria ficar escravo de nada. É uma coisa horrível. Eu temo que, se falar sobre isso, as pessoas pensem, 'bem, eu posso usar e parar quando quiser'. Mas você não consegue. Poucas pessoas conseguem".
Cinema e televisão
O músico também marcou o cinema e a televisão com aparições em diversos projetos. Sua estreia foi em "FM", em 1978, e apenas na década seguinte, em 1987, arriscou novamente um papel nas telonas em "Paixão Eterna".
Uma década depois, contracenou com Kevin Costner em "O Mensageiro" e, em 2002, apareceu na animação "Os Simpsons", em um dos episódios mais queridos pelos fãs de Homer e companhia, quando o atrapalhado chefe de família participa de um acampamento com grandes nomes da música, como Mick Jagger, Keith Richards, Lenny Kravitz e Elvis Costello.
Já em 2010, o músico confirmou lado bem-humorado ao fazer uma aparição relâmpago no álbum "Turtleneck & Chain", da banda Lonely Island, encabeçada pelo comediante Andy Samberg.
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