"É na escola que a criança preta tem o baque com o racismo", diz Emicida
Emicida falou sobre preconceito em entrevista ao programa "Conversa com Bial" de quinta-feira (16). O rapper recorda o martírio que era ser zoado na escola por conta da cor de sua pele, lembrando o quanto o racismo é prejudicial.
"Durante muito tempo na minha vida achei que minha pele era feia, meu cabelo crespo era feio, que eu não devia ir pro mundo. Eu entrava na escola e na primeira semana queria sentar lá no fundo, ser invisível, que ninguém me visse. Aquele ambiente era agressivo para mim, toda hora ia aparecer uma piadinha com meu cabelo. É na escola que uma criança preta tem o primeiro baque, é marcada como diferente. Estava na pré-escola e começaram a me chamar de macaco", afirma.
Ele ressalta o quanto é importante ter mais negros em posições de destaque. "Tem uma força inspiradora da representação a partir do momento que o Emicida sai na [revista] Forbes. O estereótipo do empresário no Brasil não é um moleque preto, jovem, de cabelo crespo que nasceu em um barraco de madeira. Quando ele vê o Emicida ali, pensa: 'é possivel'".
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