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Dolores O'Riordan passou por momentos difíceis nos últimos anos

A cantora Dolores O"Riordan durante show dos Cranberries em Melbourne, Austrália, em 2012 - Paul Jeffers/Getty Images
A cantora Dolores O'Riordan durante show dos Cranberries em Melbourne, Austrália, em 2012 Imagem: Paul Jeffers/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/01/2018 17h48

Dolores O'Riordan, vocalista da banda The Cranberries, vinha passado por momentos difíceis nos últimos anos. A cantora morreu nesta segunda-feira (15), aos 46 anos, de causa ainda não revelada.

Em novembro de 2011, o pai de Dolores, Terence, de quem ela era muito próxima, morreu depois de uma longa batalha contra o câncer, deixando Dolores bastante abalada nos meses seguintes. Naquela época, o Cranberries havia acabado de voltar à ativa, depois de uma pausa de sete anos, e estava em turnê para promover um novo álbum de inéditas, "Roses".

Dois anos depois, em novembro de 2013, a artista revelou que havia sido vítima de abuso quando criança, dos 8 aos 12 anos, cometido por "alguém em uma posição de confiança" em sua cidade natal, Limerick, na Irlanda. "Isso tudo ficou no passado", disse ela, na época, à revista do jornal irlandês "The Independent", explicando que a maternidade ajudou-a superar o trauma. "As crianças foram fundamentais para o meu processo de cura", afirmou Dolores, que teve três filhos com o ex-diretor de turnês do Duran Duran, Don Burton.

Em novembro de 2014, ela voltou aos noticiários ao protagonizar uma briga em um voo entre Nova York e Irlanda. Segundo relatos, ela ficou agitada pouco antes de o avião pousar, recusou-se a voltar a seu assento e agrediu uma comissária. Dolores foi presa e levada a um hospital para ser examinada.

Pouco depois, foi anunciado que ela estava se separando de seu marido, depois de 20 anos de casamento. A mãe da cantora, Eileen disse à imprensa, naquela ocasião, que Dolores estava em um estado "muito vulnerável", sob cuidados psiquiátricos, e que não chegou a reconhecer quando foi vê-la na delegacia onde ficou detida.

Em uma entrevista algumas semanas mais tarde, Dolores revelou que não dormia havia quatro meses, por conta da separação, e que estava se automedicando. "Eu não dormi durante quatro meses. Eu me auto mediquei. Estava tomando remédios que não precisam de receita. Me senti desconectada", disse ela em uma outra entrevista.

Durante o julgamento das agressões, Dolores foi diagnosticada com transtorno bipolar e não recebeu uma condenação criminal, apenas uma multa. Depois do resultado, a cantora parecia animada com novos projetos, mas, em 2016, cancelou shows e teve que adiar o lançamento do disco do supergrupo D.A.R.K., formada com o baixista dos Smiths, Andy Rourke, e com o produtor Olé Koretsky.

De volta ao Cranberries, Dolores gravou com a banda o disco "Something Else", lançado em abril do ano passado, mas seus problemas de saúde fizeram com que os shows iniciais da turnê pela Europa fossem cancelados. Segundo comunicado divulgado à época, os médicos da cantora haviam aconselhado que ela adiasse as apresentações por conta de um problema na coluna. Os demais shows, agendados para o segundo semestre de 2017, também acabaram sendo cancelados.