Logic fecha festa do Grammy com mensagem forte às mulheres e aos imigrantes
Com uma música sobre suicídio que chegou ao topo das paradas, o rapper Logic aproveitou o espaço no Grammy para mandar uma mensagem em apoio ao movimento "Time's Up" e às minorias. "Não tenha medo de usar sua voz principalmente em ocasiões como essa", destacou o músico, que direcionou seu discurso aos negros, às mulheres e aos imigrantes, no que seria a última performance musical do Grammy.
"O negro é lindo, o ódio é feio, mulheres são preciosas e mais fortes do que qualquer homem que eu já conheci. Mantenham a cabeça erguida e acabem com todos os predadores. O seu coração está cheio de amor e isso eles nunca vão tomar de vocês. Não tenham medo de usar sua voz, especialmente em oportunidades como essa", destacou o rapper, que seguiu o discurso falando sobre imigração.
"A todos os países maravilhosos, cheios de cultura, diversidade, e milhares de anos de história..." dizia o rapper, quando seu áudio falhou ao vivo. Mas ele conseguiu continuar o discurso. "Nos tragam os seus os pobres, os cansados, quaisquer imigrantes que buscam por refúgio. Juntos podemos construir não só um país melhor, mas um mundo destinado a ser unido", concluiu, sendo aplaudido de pé por todos os convidados e estrelas que assistiam à cerimônia no Madison Square Garden, em Nova York
Logic se apresentou ao lado da revelação do ano, Alessia Cara, e também de Khalid, que dividem com ele a música "1-800-273-8255".
Indicada ao Grammy nas categorias canção do ano e clipe do ano, "1-800-273-8255" é uma canção que surgiu depois que o rapper ouvir de vários fãs que seu trabalho havia salvado a vida deles. O título da canção alerta sobre suicídio e seu título é o número da Central Nacional de Prevenção do Suicídio dos Estados Unidos.
Durante a performance, o rapper vestia um moletom com o número no peito e a mensagem "Você não está sozinho" nas costas. Durante a performance, sobreviventes subiram ao palco com a mesma mensagem que o rapper carregava no peito.
Apoio (quase) sem voz
Alessia Cara foi a única artista feminina solo a levar uma estatueta e poder fazer um discurso solo de agradecimento durante a cerimônia que foi transmitida ao vivo. Alguns dos 84 prêmios foram entregues antes da transmissão. A cantora, que ganhou como artista revelação, apenas participou cantando da performance de "1-800-273-8255", enquanto Logic fez seu discurso em apoio às mulheres.
O fato é apenas um reflexo de um problema maior na indústria fonográfica. Um estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, já havia apontado que nos últimos seis anos mais de 90% dos artistas que concorreram ao Grammy eram homens. Neste ano, Lorde era a única mulher entre os 5 candidatos a álbum do ano (e foi derrotada por Bruno Mars), enquanto Ed Sheeran bateu 4 mulheres levando o prêmio de melhor performance solo pop. Ele concorria com Kelly Clarkson, Lady Gaga, Pink e Kesha na categoria.
Outro ponto que chamou a atenção foi o comentário de James Corden logo depois da marcante performance de Kesha. A cantora mostrou toda a sua dor ao cantar "Praying", mas não deu uma declaração sequer no palco. "Tem vezes que a música fala mais que as palavras", disse o apresentador da cerimônia. Ao menos Janelle Monaé assumiu o papel de discursar e alertar os grandes da música para o problema antes da performance da amiga.
Homenagens
A performance de Logic aconteceu logo depois de Chris Stapleton e Emmylou Harris cantarem "Wildflowers", canção de Tom Petty que introduziu a tradicional homenagem às perdas da música de 2017. Antes, Chuck Berry e Fats Domino já haviam sido homenageados em outra performance.
Outro momento bastante marcante e emocionante da 60ª edição do Grammy foi uma homenagem de três artistas country às vítimas do tiroteio que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridas em um festival de música em Las Vegas em outubro passado.
Eric Church, Maren Morris e os Irmãos Osborne haviam se apresentado no "Route 91 Harvest Festival" na área externa do hotel e cassino Mandalay Bay, em Las Vegas. A música escolhida para homenagear a memória das vítimas foi a emocionante "Tears in Heaven", de Eric Clapton.
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