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31/01/2010 - 05h36

Sobrevivente de conflitos, Metallica compensa atraso de 11 anos em SP com hinos e fogos de artifícios

MARIANA TRAMONTINA
Da Redação
  • James Hetfield durante show do Metallica no estádio Morumbi, em São Paulo (30/01/2010)

    James Hetfield durante show do Metallica no estádio Morumbi, em São Paulo (30/01/2010)

Muita água rolou por debaixo da ponte que o Metallica caminhou durante os 11 anos que não passou pelo Brasil. As dificuldades enfrentadas pelo grupo durante as gravações do disco "St. Anger" (2003) e documentadas no filme "Some Kind Of Monster" parecem já distante da banda que voltou ao país nesta semana com um novo show. Ao vivo e comemorado com fogos de artifício, o Metallica mostrou que sobreviveu às tempestades ao subir no palco do estádio Morumbi, em São Paulo, para tocar neste sábado (30) frente a cerca de 68 mil pessoas.

Onze anos depois, Kirk Hammett ainda é o dono dos riffs e James Hetfield tem a mesma voz forte e potente de sempre, apesar das rugas que o telão gigantesco insiste em focar. Lars Ulrich é agressivo na bateria e continua sendo o maestro do Metallica, e Robert Trujillo acompanha com competência no baixo, apesar de ainda não ser nenhum Jason Newsted ou Cliff Burton no palco.

METALLICA - "CREEPING DEATH"

A turnê é do disco "Death Magnetic", de 2008 e responsável por recolocar a América do Sul no mapa da banda, mas o que rege as mais de duas horas de show são mesmo os clássicos, todos lançados até 1991, quando a banda colocou nas lojas seu famoso álbum preto. "Load" (1996), "Reload" (1997) e o próprio "St. Anger", composto em um período turbulento e de reconstrução interna, foram ignorados e a ausência pouco sentida.

O início do show é aquele mesmo do DVD ao vivo "Orgulho Paixão e Glória", que recebeu disco de platina duplo pelas 60 mil cópias vendidas no Brasil: um trecho de "The Ecstasy of Gold", de Ennio Morricone, acompanhada da projeção de uma cena emblemática do faroeste "Três Homens em Conflito", de Sergio Leone, no telão. Essa é a introdução para que a banda apareça em cena trazendo os clássicos "Creeping Death" e "For Whom The Bell Tolls", ambas do segundo disco "Ride the Lightning" (1984). Daqui em diante, quase tudo muda de um show para outro.

Para esta primeira de duas apresentações em São Paulo a banda trouxe "The Four Horsemen", do estreante "Kill 'Em All" (1983), e encaixou "Harvester of Sorrow" na sequência. Depois do estrondo, a calmaria veio com "Fade To Black", para só então mostrar material novo. De "Death Magnetic", quatro músicas fizeram as honras: a sequência já obrigatória "That Was Just Your Life", "The End of The Line" e o single "The Day That Never Comes", e "Broken, Beat & Scarred" (em Porto Alegre foi trocada por "Cyanide" e não deve se repetir neste domingo no Morumbi).

Ao mostrar o que foi feito de mais recente no estúdio, Hetfield se sentiu à vontade para perguntar: "vocês gostam do disco? Vocês têm o álbum?". As respostas foram afirmativas. Quem, afinal, se arrisca em admitir o download do material frente à banda que já abriu processo contra a divulgação de música grátis na internet?

Os hinos do Metallica vieram metralhados em "Sad But True" (dedicada aos "amigos" do Sepultura, que abriram o show), "Master of Puppets", "Nothing Else Matters", "One" (introduzida por uma sequência de fogos de artifício e lança-chamas no palco) e "Enter Sandman", que fechou a primeira parte da apresentação e tirou a banda de cena. Kirk Hammett voltou sozinho ao palco para o bis protagonizando seu momento solo, com um blues na guitarra.

Quando toda a banda ressurgiu, Hetfield anunciou o momento já conhecido pelos fãs, mas sempre imprevisível. "Sempre tocamos nessa hora uma música de uma banda que influenciou o Metallica. Essa banda é Queen", disse o vocalista ao emendar "Stone Cold Crazy". Seguida por "Motorbreath", o encerramento, sim, foi previsível. "Essa tem só três palavras: 'Seek and Destroy'", disse o vocalista enquanto a multidão já gritava pelo título da música.

Para se despedir do público, o Metallica trouxe fogos de artíficios e presentou os fãs --a quem Hetfield chama de "amigos"-- com uma chuva de palhetas decorativas da turnê "World Magnetic Tour". Mesmo depois de cumprir a missão de "fazer as pessoas se sentirem bem", anunciada no ínicio do show, os músicos pareciam não querer ir embora e permaneceram por alguns minutos no palco após o show. "Espero que a gente não demore outros 11 anos para voltar ao Brasil", disse Lars para Hetfield completar: "Até amanhã, São Paulo".

O Metallica se apresenta também neste domingo (31), no mesmo local. Ainda há entradas de todos os setores para o segundo show a R$ 150 (arquibancada laranja), R$ 170 (arquibancadas azul e vermelha), R$ 190 (arquibancada vermelha especial), R$ 250 (pista e cadeira inferior), R$ 300 (cadeira superior) e R$ 500 (pista vip). Estão à venda apenas na bilheteria do Morumbi, do meio-dia até o início do show.

Veja as músicas que o Metallica tocou em São Paulo:

"Creeping Death"
"For Whom the Bell Tolls"
"The Four Horsemen"
"Harvester of Sorrow"
"Fade to Black"
"That Was Just Your Life"
"The End of The Line"
"The Day That Never Comes"
"Sad But True"
"Broken, Beat & Scarred"
"One"
"Master of Puppets"
"Blackened"
"Nothing Else Matters"
"Enter Sandman"

bis
"Stone Cold Crazy" (cover do Queen)
"Motorbreath"
"Seek and Destroy"


METALLICA EM SÃO PAULO

Quando: 31/01 (domingo), a partir das 20h30
Onde: Estádio Morumbi (Praça Roberto Gomes Pedrosa, nº 1, Morumbi)
Quanto: R$ 150 (arquibancada laranja), R$ 170 (arquibancadas azul e vermelha), R$ 190 (arquibancada vermelha especial), R$ 250 (pista e cadeira inferior), R$ 300 (cadeira superior) e R$ 500 (pista vip)
Ingressos: bilheteria do estádio Morumbi, do meio-dia até o início do show
Censura: 16 anos; de 12 a 15 anos somente acompanhados dos pais ou responsáveis

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