Michael Jackson 1958-2009
Reportagens Especiais |
![]() |
A defesa da cultura empresarial das majors tornou-se a tônica do debate e deixou parte da platéia de cerca de 50 pessoas, formada por músicos, DJs, produtores e estudantes, frustrada com o resultado. Diante da insistência do produtor musical Rick Bonadio em afirmar que as grandes gravadoras não lançam novos artistas por falta de trabalhos de qualidade, algumas pessoas que ouviam da platéia se indignaram. "O problema é que as grandes gravadoras estão preocupadas em fazer uma ou duas músicas de trabalho no disco de cada artista de seu casting em vez de investir em mais artistas", disse o DJ e produtor carioca Memê, responsável por diversos remixes e pela produção de artistas pop brasileiros, como Lulu Santos e Jorge Vercilo. "Pesquisando sozinho, consegui encontrar mais de 4.500 pessoas que estão fazendo música eletrônica hoje no Brasil, e várias fazem coisa de qualidade", afirmou Eric Marke, estudioso de música eletrônica, que está escrevendo um livro sobre o assunto. Bonadio interrompeu por diversas vezes pessoas da platéia que manifestaram opiniões divergentes à sua, e o debate seguiu dominado, na bancada, por ele e por Rodrigo Vieira, vice-presidente de marketing estratégico da gravadora Universal para América Latina, que insistiam na questão de que faltariam novos talentos na música. A contribuição menos conservadora de parte da bancada veio de Benjamim Martins, dono da distribuidora Universal (não confundir com a gravadora), que está no mercado de discos desde 1961. "Hoje é preciso investir em 10 artistas que vendam 10 mil discos cada, em vez de investir em um único artista que venda 100 mil e deixe os outros nove de fora", declarou. Martins declarou que pretende "abrir as portas" de sua empresa para as gravadoras independentes que, em sua opinião, estão "virando o jogo". Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, em 28 de março, as gravadoras independentes, juntas, detêm 25% do mercado de discos no mundo todo. Veja nos links ao lado a programação completa do Skol Beats, da EHF Fair e da BMC.
Rodrigo Siqueira
Especial para o UOL
Com o tema "Gravadoras Multinacionais e Gravadoras Independentes", a primeira palestra do Brazil Music Conference (BMC) repisou os assuntos sobre a crise da grande indústria fonográfica --como a falta de investimento em novos artistas e a redução de vendas-- e pouco se disse sobre o mercado independente de música.
![]() |