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Reportagens Especiais

15/04/2005 - 22h15
Grandes gravadoras não conseguem acompanhar a música eletrônica, diz diretor de marketing da Warner


Rodrigo Siqueira
Especial para o UOL


Com uma bancada de pesos pesados do rádio comercial e da indústria do disco, a segunda palestra do Brazil Music Conference (BMC) evidenciou a distância que existe entre a música independente eletrônica e a programação das rádios comerciais hoje.

No debate, ficou patente a dificuldade e a falta de interesse das emissoras comerciais em abrir espaço às gravadoras independentes.

O diretor de marketing da Warner Music, Marcelo Maia, foi muito claro em assumir que, hoje, as grandes gravadoras não conseguem acompanhar o panorama da música eletrônica: "As músicas e os estilos mudam muito rápido e as majors são grandes demais para acompanhar essa mudança. Nós precisamos de tempo para investir em um artista, pois precisamos faturar".

Segundo Maia, esse papel, de acompanhar as novas tendências, tem que ser cumprido pelas gravadoras independentes.

Por outro lado, os DJs e produtores de música eletrôncia ainda encontram a resistência das grandes rádios comerciais para poderem colocar suas músicas no ar.

Para Alexandre Hovoruski, diretor da rádio 89 FM, emissora especializada em rock, a música das pistas não se adapta ao veículo rádio. Hovoruski acredita que "as pessoas ligam o rádio para ouvir e não para dançar".

Questionada pela reportagem se o esquema de pagamento pela veiculação de músicas nas emissoras, o "jabá", não distanciava as gravadoras independentes do rádio comercial, a bancada reagiu.

O diretor geral da Band, Acácio Luiz Costa, se apressou em afirmar que a Band FM "vive de vender publicidade e não de música". E emendou, logo em seguida, que a rádio é um "negócio" que pode vender, "sim", seus espaços, assim como se vende uma publicidade "na embalagem de um lanche" distribuído no avião.

Para diferenciar o espaço editorial do espaço comercial das rádios, que são concessões públicas, diferentemente das embalagens de lanche, tramita no congresso nacional um projeto de lei do deputado Fernando Ferro, PT - PE, que proíbe a prática do "jabá".

O projeto, que conta com a simpatia, manifestada publicamente, do ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi aprovado na comissão de educação e cultura da câmara dos deputados e está sob apreciação da comissão de ciência e tecnologia da mesma casa.

Veja nos links ao lado a programação completa do Skol Beats, da EHF Fair e da BMC.



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