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Reportagens Especiais

16/04/2005 - 00h14
Oficina aproxima público e produtores de música eletrônica


Rodrigo Siqueira
Especial para o UOL


Mesmo tratando de questões extremamente técnicas de produção de áudio, o segundo workshop do Brazil Music Conference (BMC) conseguiu uma interessante aproximação entre o público, formado principalmente por DJs e produtores, iniciantes e iniciados, e quatro experientes profissionais que atuam na música eletrônica.

A mesa foi formada por Mad Zoo, DJ e produtor que colabora com o trabalho do Patife e já fez remixes para vários artistas como Ed Motta, Fernanda Porto e Cláudio Zoli; o argentino Dero, parceiro de Carlinhos Brown no projeto "Candyall Beat" e que toca neste sábado, às 16 horas no palco Arena, no Skol Beats; Xerxes, DJ já escolado e que tem o selo Innerground; e Marcelo Claret, diretor do Instituto de Áudio e Vídeo, e que foi responsável, entre diversos trabalhos, pela sonorização de shows de Paco de Lucia, Rosa Maria e Legião Urbana.

O produtor Mad Zoo, que começou no hip hop, ainda nos anos 80, e depois migrou para a música eletrônica, deu o tom da realidade de produção que os DJs e produtores inciantes têm que enfrentar, como a falta de equipamentos e de condições para trabalhar com profissionais especializados. "É preciso conhecer todas as etapas da produção, da gravação e da mixagem até a masterização. Eu só consegui evoluir no meu trabalho porque eu fui obrigado a fazer de tudo", explicou.

Dero vai na mesma direção ao afirmar que já ouviu muita música ruim feita em estúdios sofisticados e por outro lado há ótimas músicas produzidas em equipamentos simples. "É preciso produzir com os equipamentos que se pode comprar, não precisa ser o melhor", aconselhou aos iniciantes que estavam na platéia.

O esforço em aprender as melhores técnicas para produzir uma música melhor prendeu a atenção da platéia a cada detalhe. "A forma como eles explicam é fácil para o iniciante", disse Denis Braga, 20, estagiário de uma empresa de produção de DVD´s.

O DJ Geh que estava na platéia e já fez um curso de produção de áudio com Marcelo Claret, diz que pôde aprender mais um pouco. "Deu pra aprender sobre a análise de baixas frequências, que são os sons mais graves. Há muitos sons graves que não podem ser ouvidos perto de uma caixa de som numa festa, porque as ondas sonoras desses sons chegam a ter 17 metros. Por isso, a pessoa não escuta os graves".

Para Claret foi muito bom ter participado de um evento voltado para DJs. "Esse tipo de troca de experiência é fundamental, inclusive os DJs deviam participar também dos eventos voltados para os técnicos de áudio", sugere.

A proximidade entre o público e os profissionais da produção, ficou explícita na avaliação do Xerxes. "Participar desse workshop foi mais um aprendizado pra mim".



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