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18/02/2006 - 23h58
Rolling Stones fazem show de sucessos para mais de um milhão em Copacabana

da Redação

Os Rolling Stones fizeram uma apresentação de quase duas horas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mais de um milhão de pessoas, a partir das 21h50 deste sábado (18). Os músicos subiram ao palco depois que um telão mostrou uma animação do "big bang", explosão que teria originado o universo e que serviu de inspiração ao disco mais recente do grupo.

Apesar de ser uma turnê de divulgação desse disco, "A Bigger Bang", de 2005, o repertório da noite privilegiou sucessos antigos do grupo, principalmente dos anos 60 e 70, como "Jumpin' Jack Flash", que abriu o show, "It's Only Rock'n'Roll" e "(I Can't Get No) Satisfaction", que a platéia cantou em coro com o líder da banda, Mick Jagger.

Em diversos momentos do show, o cantor, que tem um filho carioca de seis anos, com a apresentadora Luciana Gimenez, conversou em português com a platéia. "Copacabana, esta é a melhor festa do mundo!", disse antes de tocar "Oh No, Not You Again", uma das quatro músicas do disco novo no repertório do show.

No meio de tantas músicas animadas, sob medida para uma platéia grande, ao ar livre, a banda não teve medo de arriscar momentos mais intimistas como "Wild Horses" e a balada "This Place Is Empty", cantada pelo guitarrista Keith Richards.

No meio do show, durante o hit "Miss You", parte do grandioso palco de 60 de largura por 22 metros de altura (um prédio de sete andares) se desloca em direção à platéia levando Jagger, Richards, Ron Wood e Charlie Watts mais para perto do público. Nesse momento, diversos fãs empolgados atiraram camisetas, faixas e bandeiras em direção ao palco.

Daí em diante o show pega fogo, com uma sucessão de músicas animadas --e tome mais clássicos da carreira da banda, como "Honky Tonk Women" (durante a qual o palco volta), "Sympathy for the Devil", "Start me Up" e "Brown Sugar".

Para o bis, Jagger voltou com uma camiseta com a bandeira do Brasil, e ataca de "You Can't Always Get What You Want", a que a platéia responde em coro, e "(I Can't Get No) Satisfaction", a despedida do grupo.

Pela terceira vez no Brasil, os Stones fizeram pela primeira vez um show gratuito no país. Antes da banda inglesa, apresentaram-se três atrações brasileiras: O DJ Marcelo Janot, o grupo AfroReggae e os Titãs.

Com mais de 40 anos de carreira, os Stones são hoje a banda de rock com mais tempo de estrada que ainda se mantém em atividade com sucesso. O grupo, liderado pelo vocalista Mick Jagger, 62, é, segundo a revista americana "Forbes", o grupo de rock que mais ganhou dinheiro em 2005: mais de US$ 168 milhões (R$ 370 milhões) em vendas de álbuns e ingressos para seus shows, só nos Estados Unidos.

A banda construiu sua imagem calcada na presença de palco e performance magnética de Jagger, e na própria imagem do cantor, o protótipo do bandleader, algo entre uma usina sexual e um dândi mefistofélico, que se agita energicamente pelo palco, enquanto reconta a história da humanidade pela ótica do demônio ("Sympathy for the Devil") ou canta os atrativos de uma mulher capaz de fazer gozar até um homem morto ("Start me up").

A postura quase desafiadora do líder do grupo, essa certa extravagância no enfoque das letras e a musicalidade com forte sotaque blues diferenciaram desde o início da carreira os Stones dos Beatles, as duas bandas que protagonizaram a chamada "invasão britânica" que tomou de assalto as paradas de sucesso norte-americanas em meados dos anos 60.

Enquanto os Beatles ficaram mais identificados com o romantismo bem comportado de "I Wanna Hold Your Hand" e a paz e amor pop de "All You Need Is Love", os Stones apelavam para noções mais "perversas" do amor e da vida, como o sol negro da melancolia em "Paint It Black" e a síndrome de abstinência alucinada em "Sister Morphine".

No final dos anos 60, a história do grupo foi marcada por dois episódios mórbidos. Em 1969, logo depois de sair do grupo (ou ter sido demitido, como especulam alguns), o guitarrista Brian Jones foi encontrado morto na piscina de sua casa. O episódio é assunto do filme "Stoned - A História Secreta dos Rolling Stones", de 2005, que abraça a tese de que o mestre-de-obras Frank Thorogood, responsável por uma reforma na casa do guitarrista, teria sido seu assassino.

No mesmo ano, no festival de Altamont, no final da turnê do grupo pelos Estados Unidos, um fã da banda foi morto durante o show por integrantes da gangue de motoqueiros Hell's Angels, encarregada da segurança do espetáculo. No mesmo festival, em que se apresentaram ainda Carlos Santana, Jefferson Airplane e outros, morreram ainda mais três pessoas.

O festival marcou não apenas a história do grupo, mas é apontado como o marco final da utopia hippie, que tivera sua expressão máxima no festival de Woodstock, quatro meses antes.

Durante sua carreira, os Rolling Stones lançaram cerca de 30 discos, com três formações diferentes. O núclo básico formado por Jagger nos vocais, Keith Richards na guitarra solo e Charlie Watts na bateria permaneceu intacto desde a formação da banda, em 1962, sendo que os dois primeiros tradicionalmente assinam as composições.

Com a morte de Jones, em 1969, Mick Taylor assumiu a guitarra base do grupo, até 1974. Depois disso, uma série de guitarristas passou pelos Stones até que, em 1976, a vaga foi preenchida definitivamente por Ron Wood. Em 1994, o baixista Bill Wyman deixou a banda e foi substituído por Darryl Jones.
(com Fernando Kaida)

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