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Barão Vermelho relembra músicas e histórias da carreira em show lotado

José Noberto Flesch

Do UOL, em São Paulo

17/03/2013 08h29

O show que terminou à 0h45 de hoje talvez tenha sido o último da carreira do Barão Vermelho em São Paulo. A banda vai parar de novo e não tem previsão de volta. Com o HSBC Brasil lotado, o grupo repetiu basicamente o repertório da apresentação que fez em dezembro, na cidade, mas desta vez em clima de despedida, já que o sexteto está na fase final da turnê que celebra os 30 anos de lançamento do álbum de estreia. O cantor e guitarrista Roberto Frejat nada comentou sobre o futuro do Barão, mas contou ao público histórias sobre a carreira da banda. Em meio a um set acústico, lembrou, por exemplo, que o produtor Ezequiel Neves, que lançou o grupo, gostava de ver o show do Barão Vermelho no meio da plateia e chorava quando via o público cantar junto. O comentário surgiu após os fãs soltarem a voz em várias das canções.
 
O Barão abriu com “Por Que a Gente é Assim?” e emendou uma música na outra, até “Pense e Dance”, dando tempo apenas para o público reconhecer a seguinte e sair cantando junto. Frejat interrompeu a seqüência avisando que “alguns rocks que não tocaram no rádio” estavam no repertório, e deu início, com “Cuidado”, ao primeiro dos dois sets em que o grupo tocou pesado, com uma sonoridade beirando uma banda de hard rock.
 
A interação da plateia com o repertório tomou quase todo o show. Em uma levada mais acústica, “Por Você” fez o público cantar alto. Logo em seguida, os fãs acompanharam cada verso de “O Poeta Está Vivo”.
 
Os barões mexeram nos arranjos de alguns dos sucessos. “Pedra, Flor e Espinho” veio mais lenta, e “Puro Êxtase” surgiu mais suingada. Depois, a pegada de rock voltou com “Declare Guerra” e “Maior Abandonado”.
 
Teve “Não Amo Ninguém”, que ficou conhecida com Cássia Eller. Foi a primeira do bis, que o Barão tocou com o guitarrista Luis Carlini como convidado. O músico ainda ficou no palco para “O Tempo Não Para”. No final, o grupo emendou “Tente Outra Vez”, de Raul Seixas, com uma versão pesada de “Pro Dia Nascer Feliz”,
 
“Codinome Beija-Flor” abriu o segundo bis e antecedeu o encerramento, com uma versão de “(I Can’t Get no) Satisfaction”, dos Rolling Stones, e Carlini no palco de novo. Não teve “Malandragem Dá um Tempo”, a que mais se sentiu falta no repertório, mas foram duas horas de show em que o silêncio do Barão sobre sua nova parada não comprometeu uma despedida barulhenta, no melhor dos sentidos que o adjetivo possa ter.