Tecnologia impressiona gerações no show do Pet Shop Boys em SP
Um dos maiores elogios que uma banda pode receber é de ter envelhecido com dignidade. Pois é isso que se pode dizer também da dupla Pet Shop Boys. O duo britânico de eletropop levou duas gerações de fãs ao Credicard Hall nesta quarta-feira (22), para o show da turnê “Electric” e mostrou que se mantém conectado à tecnologia, característica de suas apresentações.
Uma parte da plateia era formada por pessoas aparentando cerca de 40 anos, gente que acompanha o PSB desde o início dos anos 1980, ou estava ali para alimentar sua memória afetiva com os antigos hits. A outra mostrava jovens que pareciam ter vontade de aproveitar o embalo e ir direto para a primeira balada que encontrassem, assim que acabasse o show. Essa amplitude que o cantor Neil Tennant, 58, e o tecladista Chris Lowe, 53, atingem sintetiza o raio de ação do duo.
Foi a quinta vinda a São Paulo, mas o PSB manteve a postura de fazer uma apresentação diferente a cada visita. Com chuva, um Credicard Hall longe de lotar e dois outros shows concorrentes na mesma noite (Explosions in the Sky, no Sesc Belenzinho, e Brendan Benson, no Cine Joia), a apresentação começou às 21h35, com 5 minutos de atraso e projeções impressionantes em uma tela à frente de Tennant e Lowe.
Sozinhos no palco na maior parte da apresentação, sem banda, mas com dançarinos de apoio em algumas músicas, o cantor e o tecladista chegaram por vezes a ser coadjuvantes dos efeitos visuais. Os dois entraram com roupas pretas que pareciam ter sido moldadas após inserção em um picotador de papel, o que, no fundo, deu um leve tom futurista ao espetáculo.
Logo no começo teve “Opportunities (Let’s Make Lots of Money)”. Para “I Wouldn’t Normally Do This Kind of Thing”, Neil, Chris e os bailarinos usaram máscaras com chifres. Em “Leaving”, um globo espelhado serviu como chapéu para Lowe. Dois bailarinos vestidos como plumas gigantes abriram “It’s a Sin”, quando o show estava próximo do fim. Neil e Chris combinaram a cena com roupas vermelhas, incluindo óculos e quepe. Mas, durante toda a apresentação, a tecnologia venceu qualquer vacilo que levasse a uma possível cafonice.
Ao público, sobrou diversão durante 1h40, principalmente na parte final, quando vieram também “Domino Dancing” e as versões de “Go West” e “Always on My Mind”. Por falar nisso, a dupla, que gosta de regravar canções alheias, mandou ainda “The Last to Die”, de Bruce Springsteen, e “Somewhere”, de Leonard Bernstein, mas estas em versões bem menos atraentes.
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