Clarice Falcão estreia show em São Paulo e diverte público com estilo tragicômico
O primeiro show de Clarice Falcão em São Paulo, realizado neste sábado (25), começou com 1h15 de atraso, mas foi só a cantora, atriz e roteirista subir ao palco para a plateia trocar as reclamações por elogios e pedidos para que ela largasse Gregório Duvivier, seu namorado e colega de trabalho no canal de humor do YouTube “Porta dos Fundos”.
Aos 23 anos, Clarice Falcão compõe músicas desde os 16 e suas canções começaram a fazer sucesso bem antes de o canal de humor existir. Com um violão no colo, ela publicou no YouTube sua primeira música sobre um amor exagerado em novembro de 2011. Dois anos depois, seus vídeos com o mesmo tema já foram visualizados mais de 10 milhões de vezes.
Na fila do show, o estudante de cinema Felipe Sassi disse que já conhecia as músicas de Clarice Falcão quando ela começou a atuar nos vídeos de humor. "Ouço as músicas o dia inteiro porque a Clarice mostra que é possível ver com outros olhos as situações ruins pelas quais a gente passa. É impossível não rir quando ela diz na música 'Qualquer Negócio' que faria de tudo pelo cara, até ser a empregada, da empregada, da empregada do tio dele".
As músicas tragicômicas fazem parte do CD “Monomania”, lançado no dia 30 de abril e que ocupa a quarta posição dos álbuns mais vendidos no iTunes. Além das canções que estão no CD, a cantora levou para o palco do Beco 203, casa noturna com capacidade para 600 pessoas, uma música composta por seu pai, o diretor e roteirista João Falcão. “Sempre quis tocar no show uma música que não fosse minha, mas para isso, teria que pagar o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Mas se o dono da música for o seu pai, você só precisa mandar um beijo pra ele. Beijo, pai”.
Ao vivo, além de seu violão, ela também é acompanhada por uma banda de multi-instrumentistas: Marcelo Muller, Ricco Vianna, João Bustamante e Beto Lemos. Primo da cantora, Vianna ainda colabora com os vocais de “Eu me lembro”.
Depois de fazer cinco shows com lotação esgotada no Rio de Janeiro, Clarice decidiu levar o espetáculo para São Paulo no esquema de crowdfunding. Os primeiros 300 fãs que compraram os ingressos financiaram o show. Como todos os ingressos foram vendidos, essas 300 pessoas foram reembolsadas. Se o número de ingressos vendidos não fosse suficiente para financiar o show, o evento não aconteceria e os pagantes receberiam o dinheiro de volta.
Entre uma música e outra, que eram acompanhadas por uma plateia que tinha as letras na ponta da língua, Clarice usou o mesmo humor de suas canções e esquetes para se comunicar. Ela pediu para as pessoas não estranharem o fato de "Fred Astaire" não citar o dançarino e ator na letra. "A música foi composta originalmente em inglês e nela eu falava do Fred Astaire. Depois fiz uma versão em português que não tinha ele e, por preguiça, não mudei o título".
Clarice ainda disse que poderia estender o show se o público demonstrasse muita vontade de vê-la cantar mais. "Vou cantar minha última música, mas vocês poderiam, sei lá, bater palmas ou pedir bis. Aí quem sabe eu volto e toco mais umas três músicas". A plateia logo atendeu a "sugestão" da cantora, que só encerrou o show de verdade depois de cantar "Monomania", que dá nome ao CD e é um de seus grandes sucessos. Os próximos shows de Clarice Falcão se realizam em Curitiba, no dia 15 de junho, e em Belo Horizonte, no dia 28 de junho.
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