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Com a presença de ex-baixista da Legião Urbana, Renato Russo volta em holograma em Brasília

Heitor Albernaz

Do UOL, em Brasília

29/06/2013 23h54

Depois de 25 anos do último show em Brasília da Legião Urbana, Renato Russo voltou neste sábado (29) à sua cidade natal em forma de projeção holográfica no tributo que fizeram a ele no recém inaugurado Estádio Nacional Mané Garrincha. O show "Renato Russo Sinfônico" contou com a presença de diversos artistas como Zélia Duncan, Sandra de Sá e Ivete Sangalo, além do ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha.

Rocha, também conhecido como Negrete, subiu ao palco animado para dividir o microfone em "Será" com outros músicos e chegou a reclamar por meio de um "Ah..." quando soube que cantariam "Será". Ele, que em 2012 foi visto morando nas ruas, relembrou de seu passado como baixista na saideira "Que País É Esse".

Divulgada como a primeira holografia no Brasil, o artifício acabou não chamando tanto a atenção, já que ela trouxe a imagem de Renato Russo ao palco apenas para cantar uma música, "Há Tempos". A presença dos artistas foi mais significativa e suas interpretações deram a emoção que a homenagem pedia.

Em quase duas horas de show, eles interpretaram canções da Legião Urbana e composições da carreira-solo de Renato para as mais de 50 mil pessoas que ocupavam o estádio, segundo a organização. Sandra de Sá abriu o show com 15 minutos de atraso, cantando "Mais do Mesmo". André Gonzales, vocalista da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, cantou junto com o público "Ainda é Cedo". Zélia Duncan levantou a plateia com "Eu Sei" e "Quase Sem Querer"; e Jorge dü Peixe, da Nação Zumbi, entoou a canção "Soldados". 

Com a música "Pais e Filhos", Zizi e Luiza Possi, mãe e filha respectivamente, emocionaram a plateia. Ivete Sangalo trouxe sua voz grave e poderosa na interpretação de "Monte Castelo". Já Lobão não poupou energia na releitura de "Perfeição".

Com interpretações poderosas, Ellen Oléria, a vencedora do reality musical "The Voice Brasil", levantou o público de sua cidade com a canção "Teatro dos Vampiros", e Jerry Adriani foi ovacionado com "Tempo Perdido". A doce voz de Fernanda Takai, do Pato Fu, deu um toque especial a "Giz". E quando Alexandre Carlo, vocalista da banda Natiruts, começou a cantar os primeiros versos de "Faroeste Caboclo", os brasilienses foram à loucura.

Além dos artistas, o público foi outra grande atração do show. Em apresentações do bandolinista Hamilton de Holanda e da violinista Ann Marie Calhoun, era a voz da plateia que dominava o estádio.

O ator Fabrício Boliveira, o João de Santo Cristo do filme "Faroeste Caboclo", subiu ao palco para falar sobre a importância das manifestações que têm ocorrido por todo o país e leu um manifesto entregue pela plateia. Ele terminou o seu discurso pedindo um minuto de silêncio em homenagem aos mortos nos últimos atos.

O público estava na mesma sintonia. Com bandeiras do Brasil, placas com dizeres como "nunca fomos tão brasileiros" e gritos de "que país é este?", as músicas de Renato Russo parecem ir ao encontro dos anseios da nova geração. No final do show, todos os artistas voltaram ao palco para cantar juntos "Será".

Transmissão ao vivo

O canal Multishow tentou exibir o show ao vivo, mas não deu muito certo. Durante três vezes o sinal do satélite caiu e a apresentação foi interrompida e substituída por vídeos de arquivo da Legião Urbana. A emissora informou que estava enfrentando problemas técnicos e por isso optou por reprisar o Renato Russo Sinfônico logo depois do ao vivo.

16 Comentários

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Luiz Fabiano Dorosa

Eu fui..o som estava péssimo, aliás, tá na hora dos shows nacionais honrarem os altos preços de ingressos cobrados com som impecável...eu grudado no palco e não conseguia ouvir nada dado a altura do som. A Orquestra Sinfônica também quase não se ouvia, mas já desconfiava que o show não seria legal, pois LEGIÃO URBANA ou RENATO RUSSO sem DADO VILLA-LOBOS e MARCELO BONFÁ é dose...e sem falar do desrespeito com o público na hora do tal problema técnico. O HOLOGRAMA foi comovente.

LilikaRipilika

Os arranjos da orquestra estavam um pouco baixo (a transmissão pela Tv deixou muito a desejar, mas com certeza quem esteve lá nem reparou nisso kkkk) Ivete provou que não foi digna da apresentação...acredito que alguns outros artistas "leram" a letra naquele ponto eletrônico...mas Ivete fez isso sem a menor cerimônia para disfarçar...ainda mais Monte Castelo que é fácil pra burro (adaptação do poema de Camões), gostei de ver "Perfeição" no repertório, Lobão interpretando não foi de meu agrado mas o resultado final foi legal...no final das contas estas homenagens não passam de Mkt pra gravadora, detentores dos direitos autorais, e os demais integrantes da banda (menos o Negretti, claro) ganharem mais grana em cima das composições que mais parecem posesias do Renato...

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