"Agora é Benny para o mundo", diz Naldo durante show de 4 horas para gravação de DVD
Nem passou tanto tempo. No começo do ano, Naldo era o que se chamava de fenômeno. Já dominava o Rio de Janeiro e, como vírus, tentava se alastrar por todo o Brasil. Poucos meses depois e cá está ele em São Paulo, onde fez show nesta quarta-feira (3) para a gravação de seu próximo DVD. Uma produção em 3D que custou R$ 4 milhões e mobilizou 600 pessoas.
Com a vontade de invadir o cenário pop internacional, Naldo subiu ao palco com um aparato de mega astro do porte, embora com um Credicard Hall não muito cheio, mas ruidoso e fanático, com público heterogêneo de 15 a 30 anos. De resto, estava tudo lá. Telão de alta definição, iluminação mirabolante, cenário high-tech, convidados como Zezé Di Camargo & Luciano e Ivete Sangalo, e muita dança.
Com uma roupa cinza, mas com brilhos, e o boné enfatizando o apelido Benny, Naldo abriu o show com “Deixa Eu Te Pegar”, com o cenário lembrando a estética robótica do filme “Tron”. De primeira, Naldo parecia dublar. Saiu do palco e só voltou 5 minutos depois para gravar novamente - agora cantando, com bailarinos e rebolando no palco. Coisas de uma gravação, mas Naldo gesticulava como se tivesse irritado com cada erro que surgiria durante as 4 longas horas de show.
“Agora é Benny para o mundo, e para começar em São Paulo com o pé direito”, disse ainda no começo da gravação.
As amigas Cecília Barbosa, 30, Gisele Moraes, 28, e Cida Silva, 30, acham que o cantor ainda está no auge, mas que uma carreira internacional não seria assim tão fácil.
“Sem dúvida ele ainda é um fenômeno, fui ao Villa Mix (balada sertaneja de São Paulo) outro dia e ‘Amor de Chocalate' tocou 4 vezes. Ele agita muito. Mas acho que pelo estilo de música, não sei se ele faria sucesso em outros países. Só se ele conseguisse uma parceria com alguém como Snoop Dogg”, diz Gisele, que veio de Osasco e se diz fã do cantor “desde o começo”.
Já Cecília se rendeu de vez ao ver Naldo falando na TV sobre o casamento com Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho, que promete ser pomposo. “Sei lá, ele me passou uma sinceridade”. Ellen, no entanto, não subiu ao palco.
Gravação cansativa
Com uma banda completa no palco, o cantou investiu no rebolado e na sensualidade durante quatro cansativas horas de gravação. Talvez tenha sido pela complexidade da tecnologia 3D, mas a demora afugentou o público e quando Naldo cantou "Maluquinha", a última do show, debaixo de uma chuva artificial, a casa já estava pela metade. Nesta hora, a produção pediu: "aguentem mais um pouquinho, é a última música".
Antes, ele apareceu figurinos variados, cantou em cima de uma escada com flores na mão em “Minha Cinderela” e encheu o palco com mulheres para se requebrar com propriedade. Ao cantar “Meu Corpo Quer Você”, lançou: “Fiz essa música pensando no olhar de tesão de cada um de vocês”.
Ivete Sangalo foi uma dessas mulheres. Ela cantou uma música nova, mais R&B, dançou sensual com Naldo e foi ovacionada. “Eu também sou fã”, disse o cantor. Ao gravar novamente, Ivete quebrou o gelo que pairava nas longas pausas entre as músicas: “Mas gritem bastante quando eu entrar, para não acharem que vocês já me viram”.
“Só se faz sucesso quando um reconhece o sucesso do outro. E isso eu fiz com você. Sou sua fã”, confidenciou Ivete.
“Estou com uma felicidade imensa. Quis fazer esse DVD aqui para mostrar que São Paulo é a capital do business. Amo vocês. Foi difícil chegar aqui. E Tem dois caras que também passaram por isso”, disse Naldo para chamar Zezé di Camargo & Luciano. No final da versão baladeira de “Pior É Te Perder”, dos sertanejos, Naldo abraçou a dupla e chorou.
Para diversificar, e talvez conquistar novos ouvidos, dançarinos investiram em novos passos como gafieira e as próprias músicas ganharam toques mais latinos e inspiração do break e do hip hop. Em certo momento, tambores orientais invadiram o palco e Naldo apareceu com uma armadura de samurai. Mais tarde, vestiu a camisa da Seleção para cantar uma música sobre futebol, com cara de tema para a Copa.
O funk, no entanto, ganhou espaço. Em “Chantily”, ele abriu uma champagne, e com “Amor de Chocolate” levou a plateia ao delírio, daquele jeito que enche os olhos ao assistir um DVD ao vivo bem editado - sem, claro, as esperas e o clima difuso.
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