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Com baladas e clássicos do soul, Stevie Wonder faz baile romântico em SP

Leonardo Rodrigues

Do UOL, de São Paulo

15/12/2013 02h06

Em um show romântico, com clima de Dia dos Namorados, Stevie Wonder encerrou neste sábado (14), em grande estilo, a edição 2013 do Circuito Banco do Brasil, em São Paulo. Em 1h40min, o ícone da música negra americana entregou um repertório de baladas e souls malemolentes, para a alegria dos casais que tomaram a pista do Campo de Marte. Os clássicos do funk, no entanto, também agitaram o público paulistano.

Com poucas alterações no set-list que apresentou na semana passada, em Brasília, quando cantou com Ivete Sangalo, Stevie subiu ao palco pontualmente às 21h50, empunhando sua keytar em “How Sweet It Is (To Be Loved by You)”, clássico da gravadora Motown na voz de Marvin Gaye. Nesse momento, o cantor Criolo ainda se apresentava no Palco Brasil. A interferência durou aproximadamente 10 minutos, chegando a atrapalhar o início da apresentação.

Alheio ao problema de produção, Stevie Wonder mostrou aos paulistanos a classe costumeira e parte de um carisma que já passa de 50 anos de carreira. Amparado por uma competente “jam band”, que inclui sua filha Aisha Morris nos vocais de apoio, desfilou pérolas como “Higher Ground", "Living for the City", “You Are the Sunshine of My Life”, “Isn´t She Lovely” e “Don't You Worry 'bout a Thing”  --todas da década de 1970, quando rompeu com o soul pré-moldado da Motown e passou a compor todas as suas músicas.

O repertório de 18 faixas também incluiu duas homenagens póstumas: “The Way You Make Me Feel”, de Michael Jackson, e a balada “Keep Our Love Alive”, um tributo ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, morto no último dia 5. As baladas, por sinal, foram representadas em peso no show. “Overjoyed”, “Ribbon in the Sky”, “My Cherie Amour”  e “I Just Called to Say I Love You” embalaram os mais diversos casaizinhos apaixonados na pista.

Pouco antes de “Overjoyed”, um dos famosos momentos de improviso de Stevie. Contrariado com sua voz, ele parou a música logo na introdução para mascar gengibre. Pouco antes, havia se esgoelado na música em homenagem à Madiba. “Vocês merecem o melhor”, brincou, em inglês, dando o devido trato na voz.

PhD no ofício, Stevie Wonder canta praticamente como antes, sem grandes problemas para atingir as notas mais altas. Dos velhos tempos manteve também o hábito de brincar com a plateia. Antes das músicas, promoveu várias vezes uma espécie de aula de canto ao ar livre, pedindo para que homens e mulheres solfejassem as harmonias, cada qual com sua linha melódica.

O destaque negativo do show ficou apenas para parte do público, que, embora lotasse o Campo de Marte, muitas vezes parecia morno, deixando Stevie na mão quando passava o microfone para a plateia.

No final da apresentação, que não teve bis, o Campo de Marte se transformou em uma imensa pista de dança, com as sacolejantes “Sir Duke” e “Superstition” --dos álbuns "Songs in the Key of Life" (1976) e "Talking Book" (1972), respectivamente. Sem delongas, os músicos agradeceram à plateia e rapidamente se despediram, deixando a sensação de que poderia ter sido um show mais longo e, principalmente, mais dançante.

Circuito Banco do Brasil

Antes de Stevie Wonder, se apresentaram no Palco Circuito do festival as bandas Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e o americano Jason Mraz. Já o Palco Brasil viu o shows de BlackPipe, Marcelo Jeneci e Criolo. O circuito Banco do brasil também contou com os Djs Mync, Mario Fischetti, e com a Copa Brasil de Skate Vertical, realizada durante a tarde.