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Arcade Fire dançante e festivo faz prévia do Lollapalooza em show no Rio

Mariana Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/04/2014 04h48

De volta ao Brasil nove anos depois, um Arcade Fire muito mais dançante, festivo e de flerte com outros ritmos musicais subiu ao palco do Citibank Hall nesta sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, dando uma prévia de como deve ser a apresentação da banda, uma das principais atrações do Lollapalooza que acontece neste fim de semana em São Paulo.

Vestindo roupas coloridas e um visual excêntrico, que incluiu máscaras e adereços diversos, os canadenses pareciam soltos e entrosados na atmosfera carnavalesca criada para a turnê de Reflektor, lançado no ano passado. Quem foi ao show no Rio se deparou com uma banda bem diferente daquela que se apresentou em 2005, no extinto Tim Festival com a turnê de “Funeral”, álbum de estreia.

Se a estética está mais leve, alegre e celebrativa, com fitas, cores, chuva de papel picado e pompons, em termos musicais o Arcade Fire parece ter enriquecido ainda mais sua sonoridade, experimentando novos timbres e ritmos de reggae, dub e disco, como na faixa título do último álbum escolhida para abrir o show no Rio.

A escolha do repertório intercalou antigos hits (mais conhecidos do público brasileiro), como “The Suburbs”, “Power Out”, “Rebellions (Lies)”, entre outros, com músicas do novo álbum, em um set list bastante semelhante às apresentações da banda nas edições argentina e chilena do Lollapalooza, nesta semana, com algumas alterações na ordem das músicas.

A surpresa e homenagem ficaram por conta de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, introduzindo “Afterlife” (que teve ainda trecho de "Temptation", do New Order) e a reprodução de um trecho de “Nine Out Of Ten”, de Caetano Veloso.

“O Rio é uma das cidades que mais gosto, estamos felizes em voltar”, comemorou o vocalista Win Butler,ensopado de suor sob um elegante paletó dourado e lenço no pescoço. Vestida de branco e com flores nos cabelos (adereço presente nas madeixas de muitas mulheres do público), Régine Chassagne cantou, tocou bateria, teclado e acordeon, e brincou com pompons e fitas coloridas.

Complementando o clima, o homem vestido com uma fantasia repleta de espelhos, parte da turnê Reflektor,circulava pelo palco, dançava e interagia com o público, formado por roqueiros e hispters de todas as tendências e de vários tipos, além de uma notável presença de turistas estrangeiros.

Enquanto na Argentina o Arcade Fire pregou uma peça nos fãs, com Julian Casablancas se passando por Butler usando a enorme cabeça de papel machê que já faz parte dos shows, por aqui os cabeções que formavam uma banda “fake” ficaram apenas alguns instantes no palco. Os músicos “reais” voltaram para o bis, com “Normal Person” e “Here Comes the Night Time”. O público no Rio se despediu dos canadenses cantando em coro o melancólico hit  “Wake Up”, que ganhou uma versão acústica.