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Misfits agita São Paulo com repertório de todas as fases da banda

José Norberto Flesch

Do UOL, em São Paulo

28/04/2014 15h11

É uma prova de resistência vir constantemente ao Brasil e continuar levando público aos shows, mesmo com uma formação bem distante da clássica. Isso acontece também com o Misfits, que na noite de domingo (27) encerrou com show em São Paulo, no Espaço Victory, a mais recente das varias turnês que fez no país desde que veio pela primeira vez, em 1998.

A banda punk americana, famosa pelas letras e visual que têm como grande influência os filmes de terror, está reduzida a um trio comandado pelo cantor e baixista Jerry Only, único que estava no grupo quando ele surgiu, em 1977. O músico, acompanhado do guitarrista Dez Cadena e do baterista Eric Arce, enfileirou cerca de 40 músicas em uma hora e meia de show, com uma performance intensa e muitas vezes colando uma cancão na outra.

O repertório passou por todas as fases do Misfits, com temas do primeiro disco ao mais recente. A apresentação começou com "The Devil's Rain", do álbum homônimo de 2011. O som do lugar não ajudou e, ao menos no fundo da casa, foi impossível ouvir a voz de Cadena nas três que o guitarrista cantou. Também não foi muito melhor nas outras músicas, mas a força com que o grupo tocou manteve o ânimo das cerca de 2.000 pessoas, principalmente nas faixas mais conhecidas.

Da fase antiga entraram temas como "She", "We Are 138" e "Die, Die, My Darling". Esta tornou-se notória pela versão gravada pelo Metallica, que ajudou a apresentar o Misfits para outra geração. Não por acaso a banda flerta com o metal tanto em discos como na transposição das composições para o palco.

O interessante é ver como, mesmo sem Glenn Danzig ou Michale Graves, que cantaram em boas fases do grupo, o Misfits ainda tem relevância se o assunto é animar uma boa festa movida a punk autoral. Antes do trio, tocou a nacional Zumbis do Espaço, recebida calorosamente por um público que sabia cantar várias de suas músicas.