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Sob calor forte, Linkin Park, Panic! e Nação Zumbi agitam público em BH

Pedro Castro

Do UOL, em Belo Horizonte

19/10/2014 07h44

Calor e rock. Essas foram as marcas da edição deste ano do Circuito Cultural Banco do Brasil, que ocorreu neste sábado (18) em Belo Horizonte. Cerca de 20 mil pessoas foram até a Esplanada do Mineirão para ver os shows das bandas Linkin Park, Panic! At the Disco, Titãs, Nação Zumbi e Stereophant, banda vencedora do concurso VOZPARATODOS.

Sob um calor de 36 graus, ninguém arredou pé da frente do palco. "Foi o maior público para que já tocamos. Entrar naquele palco e ver aquela multidão foi incrível, representar a cena do rock independente do Rio em BH dessa maneira não tem explicação. Sem contar que abrir para uma banda como o Nação Zumbi é uma responsabilidade enorme", comenta o vocalista Alexandre Rozemberg, da Stereophant.

Em sua turnê em comemoração aos 20 anos do disco “Da Lama Ao Caos”, a banda pernambucana Nação Zumbi apresentou seu principais clássicos. Mesmo sendo uma velha conhecida dos belohorizontinos, muitos dos que estavam ali ouviram a mistura de rock e maracatu pela primeira vez. Foi o caso do universitário Caio César, de 25 anos. Ele conta que se surpreendeu com o ritmo dos pernambucanos. "Confesso que não conhecia o som deles, mas depois deste show eu vou a outro tranquilamente", diz.

Não foi o caso do gestor Filipe Nunes, de 28 anos, que é de Pernambuco e foi até BH para ver o Linkin Park. "Não sei quantos shows do Nação Zumbi eu já vi, mas este foi muito bom. Titãs também foi incrível, nunca tinha visto eles ao vivo e valeu demais", comentou logo depois que os integrantes da banda entraram no palco.

Com máscaras de palhaços, Titãs foi uma surpresa para muitos, principalmente pela sua postura no palco. Com 32 anos de carreira e 20 discos lançados, a banda é, provavelmente, mais velha do que a grande maioria do público que ocupava a Esplanada do Mineirão. Mas a experiência e a força dos clássicos animaram o público. Foi o que aconteceu quando eles começaram a tocar "Polícia", "Aluga-se", "Lugar Nenhum", "Desordem" e "Vossa excelência".  Ao fim da série de músicas com letras recheadas de críticas sociais e políticas, o vocalista Sérgio Britto disse que "essas canções foram escritas alguns anos atrás, mas poderiam ter sido escritas hoje", se referindo ao momento político que o país vive.

A letra de "Desordem", por exemplo, foi lançada em 1987, mas é bastante atual quando diz "São sempre os mesmos governantes/Os mesmos que lucraram antes/Os sindicatos fazem greve/Porque ninguém é consultado,/Pois tudo tem que virar óleo/Pra por na máquina do estado". Ao fim da música, a banda foi ovacionada.

No começo da noite e com a esplanada lotada, Panic! At the Disco fez um show para fã nenhum botar defeito. Mesclando hits com as músicas do seu último disco "Too Weird to Live, Too Rare to Die", o show levou as fãs ao delírio. Muito emocionada, Flávia Carvalho, 23 anos, só conseguia dizer que o show "foi perfeito". Esbanjando notas agudas, o vocalista Brendon Urie, empolgou a multidão com "I Write Sins Not Tragedies" e "This Is Gospel". Um dos pontos altos da noite foi quando a banda tocou uma versão de “Bohemian Rhapsody”, do  Queen.

No fim da noite, o momento mais esperado chegou com a entrada de Chester Bennington e Mike Shinoda no palco. Com uma potência sonora e uma presença de palco muito boa, Linkin Park deu o que todos esperavam: Volume alto e presença eletrizante. Com nove álbuns de músicas originais e outros quatro de remixes lançados, o que não faltou foram guitarras e samplers, principais marcas do som da banda americana.

Desde o lançamento do “Hybrid Theory”, primeiro disco da banda e responsável pelo sucesso internacional dela, Chester e Mike são a representação do grupo. No palco, a presença dos dois é indiscutível. Enquanto o primeiro utiliza um vocal mais melódico cheio de gritos e urros, o segundo tem características muito mais ligadas ao hip-hop, e essa é a graça. Em "In The End" a dupla de ataque da banda fez o que todo bom atacante deve fazer: Colocar o Mineirão para tremer.

Copa Brasil de Street Skate

No começo da tarde e sob um calor de 36 graus, ocorreu a Copa Brasil de Street Skate. A competição reuniu 18 grandes nomes do skate brasileiro, entre eles três campeões mundiais na modalidade street: Rodil Araújo Ferrugem, Rodolfo Ramos Gugu e o atual campeão do mundo, Kelvin Hoefler, que venceu a competição e levou R$11 mil de premiação.

Muitos dos participantes aproveitaram e ficaram para curtir as atrações do festival. Foi o caso de Rodil e Fábio Sleimam. "Não consegui ver Nação e Titãs porque fiquei lá na pista, mas estou curtindo o show. O ânimo da garotada está demais", comentou Fábio enquanto Panic! At The Disco fazia o público ir à loucura.