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Rock in Rio 2015: Primeiro da fila chegou sábado à Cidade do Rock

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

17/09/2015 13h47

O Rock in Rio 2015 só vai abrir os portões a partir das 14h de sexta-feira (18), mas há dias o público já se aglomera nos arredores. Na fila desde o último sábado, Adriano Vieira, 29, será o primeiro a pisar na Cidade do Rock. "Trabalho há três meses numa agência de publicidade e propaganda. Meu chefe falou que já conhecia minha história com o Rock in Rio e me liberou", contou. A história de Adriano vem de 2011, quando estava colado ao palco no show do System of a Down e passou mal. "Eu desmaiei porque esmagaram meu braço na grade. Perdi metade do show, fiquei frustrado. Este ano quero ver tudo".

Já a técnica de som Amanda Tadl chegou na segunda-feira para fazer companhia a Adriano. Os dois já se conheciam de outras filas do Rock in Rio e, desde então, passam juntos os perrengues de ficar dia e noite ao ar livre, contando com a ajuda da equipe de produção e segurança do evento. Eles se revezam para tomar banho por R$ 5 e se alimentar por R$ 12 numa vila de pescadores, próxima ao local. "Ontem a prefeitura veio aqui e falou que não podemos ficar com a barraca [de camping]. Foi muito triste, pois estamos ocupando esse espaço que pertence já ao Rock in Rio. Por pouco não rasgamos nossos ingressos e desistimos".

Amanda trabalhou no Rock in Rio Las Vegas, no início deste ano, e disse que foi o show do Queen que a fez sair do Rio Grande do Sul direto para o Rio de Janeiro. "O Queen é o motivo pelo qual minha vida é música", contou ela. "Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que foi ao Rock in Rio de 1985. Em 2011, minha mãe estava internada e eu me alternava entre ficar na fila e ir para o hospital. Ela queria vir comigo ao Rock in Rio, mas não conseguiu se recuperar", diz Amanda, ressaltando que o show desta sexta será uma homenagem à ela. "Hoje faz três anos que ela morreu. Já seria especial porque é o Queen, e agora terá um peso maior".

Credencial de trabalho

Uma outra pequena fila também se formava desde o início da manhã desta quinta-feira com profissionais contratados para trabalhar no festival e que foram retirar suas credenciais. Edson Silva segurava um papel com vários nomes. "Já estamos com 18 pessoas na reserva para ocupar vagas de limpeza e de carregamento. A procura é grande", contou.

As amigas Marta Alves e Elaine Aparecida aguardavam para saber se poderiam se candidatar a alguma vaga do Rock in Rio. "Estou desempregada. O que pintar, estou dentro. Fiquei sabendo que estão pagando a partir de R$ 170 a diária. Para mim, seria ótimo", disse Marta. 

Nos arredores da Cidade do Rock há um enorme canteiro de obras, com tratores, tapumes e equipamentos para a obra da construção da via expressa BRT Transolímpica, que serão inauguradas para os Jogos Olímpicos de 2016. Por isso, as vias para o Rock in Rio também estão mais estreitas e repletas de poeira.