Angra e convidados revivem clima de "Holy Land" com duas baterias no palco
As cortinas vermelhas do Tom Brasil, casa de shows em São Paulo, foram abertas quando uma criança com um microfone surgiu para surpresa do público: "Boa noite, São Paulo! Vocês gostam do Angra? Eu amo o Angra", falou o menino antes de anunciar a banda, que comemora os 20 anos do álbum "Holy Land".
O show que o Angra fez neste sábado (13) foi especial em diversos sentidos. Primeiro: reuniu 60% da formação do grupo que gravou o segundo disco. Segundo: tocou "Holy Land" na íntegra. Terceiro: levou ao palco diversos convidados de peso, como o guitarrista Edu Ardanuy.
Nas laterais do palco, um em cada extremo, ficaram o tecladista Juninho Carelli e o percussionista Dedé Reis. No fundo, os bateristas Bruno Valverde, atual membro do Angra, e Ricardo Confessori, que gravou o álbum homenageado, revezavam a função e muitas vezes acabaram tocando juntos.
Uma das músicas que contou com a participação dos dois foi "Carolina IV", que, com a ajuda de Dedé, transformou o Tom Brasil em uma fusão entre música regional brasileira e metal.
A ideia de colocar dois bateristas no show, pela primeira vez na história da banda que está completando 25 anos, recriou o ambiente de "Holy Land". O peso de inúmeros pedais, caixas e pratos acompanhados pela percussão de Dedé levou os fãs à loucura.
E tudo isso com a presença de Fabio Lione nos vocais, Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa nas guitarras, e Felipe Andreoli no baixo.
Noite de surpresas
Mas a noite foi cheia de surpresas. Luis Mariutti entrou no palco após o convite de Andreoli, que deixou o baixo em boas mãos. Quieto, sem fazer grande alvoroço, o músico tocou elegantemente o instrumento e saiu de cena rapidamente.
A turma poderia estar completa caso Andre Matos e Kiko Loureiro estivessem presentes. O vocalista da primeira formação do Angra fez falta em "Make Believe", cantada de forma competente por Rafael (que ainda teve uma bela sequência do set acústica), mas que perdeu o peso sem a voz original.
Por outro lado, Fabio segurou a barra de ter que cantar músicas clássicas que fizeram a fama de Andre. O cantor de 42 anos, que lembra vagamente um Robert Plant com uma queda pela distorção, mostrou todo o poderio vocal, seja na própria canção "Holy Land" quanto nas que gravou em "Secret Garden", último álbum lançado pelo Angra.
Ser substituto de Kiko na guitarra também não é uma tarefa fácil. Mesmo não tendo o peso do atual guitarrista do Megadeth, Marcelo mostrou personalidade e se saiu bem ao lado de Rafael, líder do Angra e o único remanescente desde a formação.
A festa se concretizou na última música do show de 2h30 de duração. O guitarrista do Dr. Sin, Edu Ardanuy, se juntou aos outros integrantes para um cover de "You Really Got Me", dos Kinks.
Antes do Angra
Bruno Sutter, eterno Detonator, líder e figura emblemática da banda Massacration, também deu sua contribuição no show de abertura. Com um álbum lançado no começo do ano, Bruno mostrou que, além de comediante, é um grande cantor e instrumentista. Munido de um baixo e com um microfone preso à orelha, Bruno fez o show de estreia do primeiro disco sem o personagem caricato.
"É uma honra o Angra fechar o nosso show", brincou o cantor. Muito falante, sempre contando detalhes das músicas que iria tocar, Bruno conquistou a plateia com o humor e com o metal.
O show de abertura encerrou, assim como o álbum, com a faixa "Galopeira", de Chitãozinho & Xororó, ícone da música sertaneja nacional. E, nunca deixando o lado humorista, Bruno anunciou: "Essa música começa com uma introdução do Manowar". E foi isso mesmo.
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