19/05/2007 - 00h07 My Brightest Diamond surpreende em show com covers de Nina Simone e Edith Piaf Da Redação O grupo de Nova York My Brightest Diamond inaugurou na noite desta sexta-feira (18) a programação de shows do Resfest, em São Paulo, com faixas do disco "Bring Me The Workhorse", de 2006, e covers. Capitaneada pela vocalista, guitarrista e pianista Shara Worden, a banda tocou aqui como power trio, contando também com o baixista Nate Lithgow e o baterista Dave Berger. O grupo começou o show com a agitada "Golden Star" diante de uma platéia diminuta, de cerca de 250 pessoas, mas generosa, formada por uma minoria de fãs da banda e uma maioria de curiosos e entusiastas do rock independente em geral. O som estava bem equalizado e a banda animada, tocando muito bem e feliz de estar ali. Ao vivo, o My Brightest Diamond soa bem mais barulhenta do que nos discos. Mas a animação só foi contagiar o público na terceira música. Filha e neta de músicos de igreja, Worden esbanjou espírito ao cantar com categoria um excelente cover de "Feeling Good", de Nina Simone. A entrega emocional aliada à apurada técnica vocal da cantora fazem dela uma intérprete bastante crível do blues e gospel negros, algo raro em músicos brancos de indie rock. Dali em diante o show passou por um segmento de números mais calmos e experimentais, como "Dragonfly" e o belo cover de "Hymne à l'Amour", de Edith Piaf. Até que no final de "Magic Rabbit", com sua atmosfera soturna, o rock ficou mais pauleira novamente. No final, Worden sentou-se diante do órgão elétrico Wurlitzer para um último e pesado bloco. Grave e distorcido, o teclado soava mais ameaçador do que a própria guitarra. Somado ao baixo saturado e a impiedosa bateria, o instrumento dava às músicas lentas um clima bastante interessante, que fez lembrar o lado mais sombrio do rock progressivo e hard rock dos anos 70. Finalmente, a vocalista pegou a guitarra novamente e o show foi encerrado com "Freak Out". Marcada pelo refrão de dois acordes tocado energicamente e cantada aos gritos, foi uma solução bastante punk rock para acabar uma boa e variada apresentação. Em seguida, após dizer que agora era "hora de beber", Shara Worden se uniu aos três músicos e se curvou em reverência ao pequeno público. Assim terminou um belo show de uma banda ainda pouco conhecida no Brasil, mas que certamente terá mais fãs cantando em sua próxima visita. (PEDRO CARVALHO) |