21/05/2007 - 01h46 Akron/Family apresenta folk apoteótico no último dia de Resfest Da Redação O quarteto norte-americano Arkon/Family promoveu catarse coletiva no encerramento do festival Resfest na noite desde domingo (20), na Cinemateca Brasileira, com sua união de folk, noise e culto religioso. Pontualmente às 20h30, os integrantes subiram ao palco. Sem apresentações, iniciaram com "Love and Space", coro acompanhado apenas por uma guitarra, com os quatro integrantes lado a lado, pedindo "Senhor, abra meu coração. Senhor, traga-me para perto". A banda criou sua própria religião, chamada "ak", e faz de seus shows grandes cultos, em que versos, acordes e batidas são ferramenta de pregação. O público, que ocupava metade da tenda com capacidade para 2.000 pessoas, eram seus fiéis. Ao vivo, como em seu trabalho de estúdio, a banda entrecorta músicas calmas com faixas barulhentas. Assim, seguem com "Moment", do disco lançado com o grupo Angels of Light, de 2005, marcada pelo noise das guitarras de Seth Olinsky e Ryan Vanderhoof, e quebradas de ritmo comandadas pelo baterista Dana Janssen. Os vocais eram alternados pelos integrantes, com destaque para a dupla de guitarristas. Flautas, acordes suaves e chocalhos dão continuidade ao repertório, com "Suchness" e "Running, Return", do primeiro e homônimo álbum do grupo, lançado em 2005. A participação popular é algo fundamental durante o culto do Akron/Family. Constantemente a platéia era incitada a acompanhar palmas e refrões. Alguns fãs fervorosos pulavam freneticamente próximo ao palco, cantando letras inteiras e levantando as mãos. As músicas eram emendadas umas às outras, com ocasionais pausas para breves agradecimentos e explicações sobre seu conteúdo. O fim de "I'll Be On The Water", por exemplo, recebeu a batida tribal que marca o começo de "Blessing Force". A faixa foi presenteada por uma onda de bexigas coloridas que surgiram do fundo da platéia e se espalharam pelo ar. O clima de comunhão era completo com as descidas de Olinsky e o baixista Miles Seaton até a pista, que corria, dançava e chacoalhava uma pandeirola. Apesar do repertório baseado nos três discos de carreira, o grupo apresentou algumas músicas do novo álbum previsto para setembro, como "Love is Simple", uma balada folk com toques de country, influência da formação da banda nos subúrbios rurais dos Estados Unidos, em 2002. Anunciada como uma música sobre o futuro, "Future Myth" começou com os integrantes em transe e Olinsky agachado com sua guitarra. Apitos e beatbox (batidas com a boca) foram introduzidos e, em seguida, acompanhados por sininhos, chocalho e animadas palmas. A faixa se transformava em "Ed Is A Portal" e o baterista chamava o público para subir ao palco. O ambiente ganhava clima apoteótico com a celebração popular. A banda finalizou a apresentação com uma canção de amor matemática, segundo os integrantes. De letra fácil e coreografia divertida, a música manteve a animação da tenda. "Circle, triangle, square, yeah yeah yeah", cantavam banda e público repetidamente, movimentando os braços sobre a cabeça em formatos de círculo, triângulo e quadrado. O Akron/Family encerrava seu culto e se despedia jogando água no público e desejando um "feliz ano novo". Com intensificados pedidos de bis, o quarteto retomou o palco para uma derradeira e calma faixa, "Gone Beyond", marcada por flautas e solos de guitarra.(FERNANDA SCHIMIDT) - Mais
- My Brightest Diamond surpreende em show com covers de Nina Simone e Edith Piaf
- Miho Hatori mostra mistura de pop, eletrônica, rock, música brasileira e canta forró em japonês
|