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30/04/2007 - 22h54
Bate-papo UOL: Sem planos para o metal, Iggor Cavalera dedica-se exclusivamente ao MixHell

Da Redação


No próximo fim de semana, Iggor Cavalera volta aos palcos para tocar bateria. Mas o ex-baterista do Sepultura não vai retomar a carreira no metal. Agora, a apresentação é no maior evento de música eletrônica da América Latina, o Skol Beats, com o duo MixHell, composto por ele e sua mulher, a artista plástica Laima Leyton.

Mais dedicado às relações familiares, Cavalera desmentiu os rumores de que formaria uma nova banda com o irmão Max, com quem fundou o Sepultura há 20 anos. "Mais fácil os filhos do Max montarem uma banda nova com os nossos filhos", disse no Bate-papo UOL.

O baterista também afirmou que agora dedica-se exclusivamente à procura por novos formatos musicais que possam compor as bases do MixHell.



Leia a seguir a íntegra do bate-papo com Iggor Cavalera e Laima Leyton que contou com a participação de 277 internautas.

(07:00:45) Bate-papo UOL: Li uma vez que o trabalho que vocês fazem é uma mistura de rock e dance music à la LCD Soundsystem. Vocês chegaram a trabalhar com o Murphy, produtor do LCD, então acreditam nessa comparação?
(07:08:44) MixHell: Esta comparação é uma honra. É uma super influência. Somos muito amigos de todos da banda. Esta comparação foi mais desta relação da produção do que estar em uma banda. De as pessoas também estarem em banda de rock. Fazer projeto de comparação e discotecagem. Da sonoridade tem umas comparações bem parecidas. Em nosso set tocamos as músicas deles.

(07:00:52) Bate-papo UOL: Iggor, como seu trabalho por 20 anos com o Sepultura pode ser percebido nas batidas do Mixhell? Percebi que a batida do Mixhell tem um quê de orgânica, lembrando muito sua batida de bateria, é isso mesmo?
(07:09:42) MixHell: Acho que tem a ver pra caramba. Quando falamos em MixHell sempre procuro batidas bem fortes. Acho que a pegada continua bem impressa. A saga continua.

(07:00:59) Bate-papo UOL: Laima, o Iggor, como todo mundo sabe, tem um grande repertório musical, trabalhou por anos com isso. E você, como se deu sua entrada no meio musical? Você é artista plástica, né?
(07:13:49) MixHell: (Laima) Na verdade a minha ligação com a música sempre foi bastante forte, mas não finalizava. Só editava. Por dez anos, como artista plástica, trabalhei coordenando uma parte das artes plásticas do Museu de Arte Moderna (MAM). Chegou uma hora que não dava mais para continuar produzindo. Então deixei um pouco de lado o trabalho de artes plásticas, focando mais no MixHell. Dá para colocar uma referência no trabalho de arte contemporânea e sempre discutimos o que tá ligado em artes, o que é arte hoje. Sobre o eletrônico, é difícil dizer isso, já havia muito eletrônico em cena. Mas achamos que há um trabalho de música eletrônica de vanguarda muito forte ou mesmo o que o Iggor fazia há 20 anos. O que fazem hoje na Bélgica ou França tem a ver com o que ele fazia. Uma coisa que o Iggor sempre compara é como era esta produção no tipo de rock com o que é agora para fazer uma música nova. Hoje as pessoas ficam na Internet trocando idéias sobre o que acham certo.

(07:09:48) Bate-papo UOL: Iggor, afinal, qual é a reação do grande público que você conquistou com o Sepultura agora que te vê com pick-ups e não baquetas na mão?
(07:19:08) MixHell: Sobre ser diferente do trabalho do Sepultura, é sempre diferente. Eu sempre buscava uma coisa nova. A pegada não vai mudar nunca. É uma identidade muito própria. Sempre fiz esta parte de sampler. Tocar bateria é um convite inusitado e teria que ter uma estrutura a mais para acontecer. É um projeto que vai abranger bastante coisa e nem sabemos aonde vai parar.

(07:09:51) Bate-papo UOL: Vocês estão na ativa há mais ou menos dois anos, é isso? Como se sentiram ao serem convidados para participar do Skol Beats?
(07:15:59) MixHell: Foi uma surpresa. Tínhamos planos de viagens fora do Brasil e tivemos que desmarcar. Mas foi super legal. Estávamos indos para um festival nos EUA. Estava tudo certo e falaram que íamos tocar no Skol Beats. Foi muito bom.
(07:14:59) MixHell: O que temos escutado é uma pesquisa que não tem fim. Cada dia vemos uma coisa nova e analisamos se cabe no set. O que vimos foi o Justin da França e que foi o carro-chefe no tipo de música eletrônica. Um dos nomes mais presentes, mas já se desdobraram em milhares.

(07:12:47) Bate-papo UOL: O que estão preparando para o Skol Beats? Como será o set do MixHell?
(07:17:46) MixHell: Sobre a preparação, estamos o tempo inteiro nos preparando para este set. Vamos trazer a bateria para tocar junto com as nossas produções. Vamos tocar com a bateria de verdade, não só o MPC tocando samplers. Uma coisa que é super legal que acontece agora é que estamos trabalhando com Max B. Essa coisa da bateria vai ser uma experiência super nova. Vai ser mais bit em cima de bit. Tem que ser super elaborado.
(07:20:23) MixHell: Sobre a reação do público no MixHell, tem muita gente que sente saudade. Eu recebo várias mensagens no Live Space. Muita gente que sente falta de ver a bateria. Não dizem que sentem falta de eu estar no Sepultura. Tem fã com pré-disposição de ir aos shows. Isso para nós é super bacana.
(07:22:39) MixHell: Sobre quem queremos ver, o MSTRKRFT, que é uma banda que está só produzindo e discotecando. E a gente chegou a fazer uma música para eles. A pedido deles fizemos um remix. E os vimos em Nova York no ano passado. Também o Bonde, o Bambaataa que eu gostaria de conferir. O Simian, tudo o que eles lançam é ouro. Fora o Noise, o Mau Mau, quem não viu não pode perder. Na verdade o festival está super legal para curtir e para tocar com estas pessoas.
(07:23:53) MixHell: Se já vimos o Skol Beats? Sim, em versões anteriores tocamos no Skol Beats e na mesma noite em Recife. A única coisa que ficamos chateados é que queríamos pegar um vôo e voltar para assistir ao Skok Beats e não deu.

(07:12:54) Bate-papo UOL: Laima, como é o processo de "compor" que vocês se utilizam? Como são as pesquisas para encontrar as bases das músicas e fazer as mixagens?

(07:16:48) braz: E a faixa que vocês fizeram com o DJ Hell? Saiu? Dá para baixar?
(07:25:04) MixHell: Braz, daqui a pouco estará disponível para baixar.

(07:16:58) pollengo: Oi Igor, vi em uma entrevista que você dizia que só está sentindo um real prazer agora à frente das pick ups. Isso não ocorria na época do Sepultura?
(07:25:46) MixHell: Pollengo, isso que faço hoje com a Laima tem a mesma emoção que eu sentia no início do Sepultura. Aquela coisa de começar um projeto e ter garra de fazer uma coisa nova. O fato de eu estar com a Laima tem um gosto ainda maior.
(07:26:42) MixHell: Sobre vocais, o nosso set tem bastante vocal. Gostamos bastante de vocal e acho que a batida eletrônica tem muita proximidade do rock. São mixs que vamos ampliando em diversos tipos de vozes. Gostamos bastante.

(07:26:01) SEPULTURA: Vi rumores de que você e o Max estavam planejando montar uma banda nova de metal... Isso tem possibilidade de acontecer ou são apenas rumores?
(07:31:10) MixHell: Sepultura, é mais fácil os filhos do Max montarem uma banda nova com os nossos filhos. O que temos hoje é mais que uma relação profissional. Não tem plano nenhum. O que mais queremos hoje é ficar nas próximas férias juntos. Ele acompanha o nosso trabalho, inclusive está na nossa lista quando mandamos o flyers.

(07:26:05) Lucy: Gostaria de saber como é trabalhar com a esposa? Não rola muita discussão?
(07:28:04) MixHell: Lucy, na verdade era uma coisa que estávamos procurando muito. Não de trabalharmos junto. Mas de ficarmos o máximo de tempo juntos. O Mixhell aconteceu super por acaso. Lógico que às vezes a gente discute, mas daí damos um beijo e não discutimos mais. O fato é que se entrarmos em uma roubada juntos conseguimos dar até risada da situação.

(07:27:19) Marcio SP: Vocês estão viajando muito para tocar? Qual a expectativa de ser uma das principais atrações do Skol Beats?
(07:29:53) MixHell: Marcio, estamos meio sem tempo. A agenda está tão louca, mas não temos do que reclamar. Estamos viajando bastante. Todos os fins de semana até junho estão comprometidos. Temos uma residência mensal no Clube Glória na Bela Vista. Lá, temos um intercâmbio para trazer várias pessoas. Tocamos em Porto Alegre e trouxemos o Chernobyl. A nossa residência é sempre com um convidado, o Bonde já esteve duas vezes. Já virou meio que uma casa aberta para as pessoas.

(07:29:23) CharlieBP: Olá boa noite. Uma coisa que intriga bastante é a adaptação. Como você está lidando com a questão de inversão de pólo musical?
(07:32:06) MixHell: CharlieBP, na minha opinião acho que tem uma evolução natural. Depois de quase 20 anos ou mais com o Sepultura está na hora de fazer uma coisa nova. Eu vejo como uma coisa natural.

(07:31:38) Marcio SP: Igor, como anda sua vontade de estar tocando bateria de novo em uma banda classica? Existem planos? Existe um projeto de fazer algo como o Prodigy, misturando música eletrônica com guitarras etc., como o Nailbomb, não digo o estilo, mas a mistura de eletrônico com o som que todos se identificam em você?
(07:33:17) MixHell: Marcio, não tem nada planejado. Estes dois nomes que você citou são superprojetos. O Nailbomb tem vários exemplos de samplers, mas no futuro pode ser que tenha alguma coisa.

(07:32:53) Marcio SP: Igor, estando longe do Sepultura, você está mais próximo do Max? Você está em um momento de curtir a família, bem próximo da Laima também. Um amigo meu te encontrou em um lançamento em uma loja na Lorena e disse que você estava tocando e te viu bem feliz, com seus filhos, com o Pedro. Como está sendo esse momento?
(07:35:11) MixHell: Marcio, você já meio que respondeu, estou muito feliz. Na parte de estar longe do Sepultura e estar próximo do meu irmão foi coincidência. (Laima) O foco dele ficou muito na família, não teve só irmão, teve mãe e primos. Teve a oportunidade de montar um corner. Meus filhos foram vê-lo discotecar. Foi ótimo.

(07:33:12) G@tu Gu@bir@bense: Com tantos shows sendo realizados dá para relaxar um pouco???
(07:36:19) MixHell: G@tu, o Skol Beats complicou bastante. Isso é super legal. Mas nestas últimas semanas relaxar está fora do nosso plano... Tem a tensão de pensar em como as pessoas vão responder a este tipo de sampler. Tem que se empenhar para isso e estamos bem nisso. Mas conseguimos umas horas para descansar.

(07:36:25) Dj Draetta: PARABENS IGOR ! Muito fera esse lance de sair do rock e ir direto para as pick-ups... muito massa, e na skol, vocês vão mandar só produção própria ou vai rolar músicas de outros Djs? Uma dúvida, MisHell é electro house? Deep house?!?!? Abraço.
(07:38:39) MixHell: Dj Draetta, um abraço. Para definir, o MixHell é super complicado, mas é um ponto super legal. Não tem uma definição própria para o tipo de som que tocamos. Por outro lado, na parte do Skol Beats vamos tocar coisas nossas que produzimos e de outros Djs que foram refeitos por nós. No meio do nada pode ouvir uma frase, um monte de picotes, várias e várias referências. Em 20 minutos de sets tem 20 músicas diferentes. Tem horas que 4 músicas são tocadas ao mesmo tempo. Tem uma roupagem totalmente nova.

(07:36:58) altoids: O trabalho de vocês vai além da música? Tenho visto coisas de vocês em loja de roupas e tudo mais. Vocês fazem tudo, até os flyers?
(07:41:23) MixHell: altoids, esta parte da Laima é legal em tudo. Ser convidado para ter uma espaço de música com loja aqui no Brasil é realmente extrapolar o lado musical. A parte de camisetas, desde aquelas toscas até as mais legais. Não só do background da Laima, mas do meu também. Eu ficava em cima de tudo. Isso continua com o MixHell. Eu gosto de desenhar, tenho o meu estilo tosco de fazer e acho que tudo isso só soma ao MixHell.
(07:42:31) MixHell: Sobre o vídeo do Surferware, eles pensaram em fazer um vídeo que tivesse a mesma idéia de construção e desconstrução. Vão trabalhar com objetos de cera filmados que vão se derretendo e se reconstruindo. Isso com uma peculiaridade muito interessante. São letras e objetos de cera. Só vendo mesmo.
(07:42:49) MixHell: O horário da apresentação será da 0h30 a 1h30.

(07:37:07) CharlieBP: Obrigado. Sorte com o MixHell, assim como a Cavalera. Espero que vocês possam tocar um dia aqui em minha região, Volta Redonda-RJ. O Sepultura esteve aqui, falta o MixHell. Abraços e felicidades.
(07:43:12) MixHell: CharlieBP, seria super legal.

(07:37:56) Alan: Igor qual foi relativamente o verdadeiro motivo para você sair do Sepultura? E o que tu aprendeu nestes anos todos com o Sepultura?
(07:44:25) MixHell: Alan, na verdade, como até comentei nesta entrevista, eu estava procurando coisas novas. Me dedicando mais à família. O MixHell entrou meio como que por acidente. Eu queria dar um tempo com a banda e tudo. Curtir a família.

(07:42:46) Lony: Qual programa de computador vocês usam para produzir as faixas do MixHell?
(07:45:26) MixHell: Lony, a Laima como ela se intitula é o Protus Media. (Laima) É como se fosse o nosso caderno em branco e daí pode vir de outros lugares. E pode vir outros brinquedos como samplers que só alimentam o Protus.

(07:43:06) Renan: E a Cavalera? Como você vê o sucesso da marca no cenário da moda nacional. E o que diz sobre o semblante: "Luxo para todos"?
(07:46:39) MixHell: (Iggor) Renan, eu comecei a Cavalera junto com o Alberto. Depois de um tempo não consegui mais administrar e a vendi. Agora voltamos para a Cavalera de uma forma super simples. (Laima) Só estamos atuando na parte artística, nossas intervenções são menos burocráticas e mais artísticas.

(07:44:40) Dj Draetta: Massaaaaaaaa, entendi perfeitamente, só não entendi o estilo rsss, mas SHOWWW. Vi em uma entrevista no Multishow você falando que em 20 anos de Sepultura nunca curtiu tanto como agora, PARABÉNSSSS e BOA SORTEEEE!!! Se rolar algumas músicas massa pode contar que eu já vou estar puxando pra rolar no meu set rss, ABRAÇO!
(07:47:12) MixHell: Dj Braetta, a música é de todos. As músicas estão no My Space. Mas vamos criar um espaço moldável.

(07:46:11) Alan: Para qual tipo de público o Mixhell pretende direcionar o seu som?
(07:48:23) MixHell: Alan, isso é uma coisa legal do MixHell. De não estar focado em um público específico. Fomos tocar em Belo Horizonte e vimos gente que gosta de rock metal. É bacana. Tem o público do rock, do rock alternativo, do eletrônico, tem um monte de público diferente.

(07:46:41) INDIE.LC: Igor, cheguei agora no chat e gostaria de te perguntar o que aconteceu com o Toyshop, banda que você era uma espécie de padrinho. Um grande abraço. Luiz de São Roque.
(07:49:08) MixHell: Indie, eu cheguei a produzir a Toyshop. A gravadora se dissolveu e não saiu o disco deles. Mas eu adorei produzir.

(07:47:39) adri: Por que eu deveria assistir ao show do MixHell no Skol Beats?
(07:50:05) MixHell: (Laima) Adri, porque você vai se divertir muito. (Iggor) Também acho isso.

(07:48:47) Marcio SP: Laima, você acha que o Skol Beats será um divisor de águas. O movimento está forte, mas não sei. Vocês já tocaram para tantas pessoas. Como vai ser no Skol Beats?
(07:51:27) MixHell: (Laima) Marcio, para mim já é um divisor de águas. Esse é o segundo, um desafio. A bateria junto com o Dj Seth vai ser uma surpresa para nós. No dia eu vou ficar mais tranquila do que agora.

(07:52:08) MixHell: Venham ver o MixHell no Skol Beats no sábado, dia 5, da 0h30 à 1h30. O Iggor vai tocar bateria também. Vai ser saudoso. E vai ser legal.

(07:52:19) Adriana/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de MixHell e de todos os internautas. Até o próximo!
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