UOL Música

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16/06/2005 - 23h09
Décima segunda edição do Sónar começa lotada

Ana d'Arce
Especial para o UOL Música, em Barcelona




Na tarde desta quinta-feira (16), quase todos os ingressos para as programações do Sónar 2005 já estavam esgotados. Só restavam entradas para a apresentação de Richie Hawtin, DJ/rupture e Doseone ao lado da Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional de Catalunha no Auditório da cidade e para o Sónar Noite do sábado (18). E o primeiro dia de atividades mostrou que esta 12ª edição está mesmo muito mais concorrida que as anteriores. O carpete de grama sintética do Village já estava praticamente todo tomado antes do final da tarde.

A apresentação dos artistas brasileiros no show case Eletronika não decepcionou, pelo contrário, foi bastante concorrida e mostrou que não só os experts estão voltando cada vez mais seus olhos para o que é produzido aqui, mas também o público quer ver e ouvir o que o Brasil tem a dizer.

O carioca Kassin mostrou sua música de game boy para um Dôme bastante cheio, tanto a tenda como toda área lateral desta. O que não foi pouca coisa, já que ao mesmo tempo rolava no Village o show da banda espanhola Cycle. Originária da região de Extremadura e radicada em Madri, essa banda local levantou a pista com seu electro dançante com guitarra, produtor e dois vocalistas enchendo o palco. Vale dizer que a concorrência chegava quase a ser desleal com a vocalista sexy e debochada levantando seu vestido de oncinha a cada momento.

Mas como o que interessa é música, Kassin, que havia se apresentado no Sonarsound SP, em 2004, aproveitou muito bem a leveza que um show ao ar livre como este traz. Antes de voltar para o Brasil, onde termina a produção do novo disco do grupo Los Hermanos, pretende ver as apresentações no festival do DJ Diplo, Cut Chemist e Soft Pink Truth, entre outros.

Na sequência, Maurício Takara entrou com seu live P.A., no qual tocou quase 50 minutos de produçoes próprias, reconstruindo tudo ao vivo numa mistura livre que incluiu muita manipulação e improviso. Depois tocou uma seleção de 20 minutos de "coisas do Brasil", como ele mesmo define. De Egberto Gismonti e cirandas do domínio popular à nova música experimental brasileira, como Cidadão Instigado. Esta parte de sua apresentação refletiu bem o tema do show case: Brazil Underground.

O músico de 23 anos de idade esteve no Sónar 2004 com o coletivo Instituto e também no Sonarsound SP com o grupo Hurtmold, que subiu ao palco do Dôme para encerrar o show case ao lado do trompetista de Chicago, Rob Mazurek. A boa pegada da banda contagiou o público, que respondeu com enegia e vibração, aplaudindo várias vezes durante o show e ao seu final com muita empolgação.

O diretor artístico do show case com os brasileiros, Marcos Boffa, comentou a escolha dos artistas desta ediçao: "não fazia sentido que fosse semelhante a do ano passado", quando participaram do Sónar Noite o coletivo Instituto, DJ Marlboro e o produtor Nego Moçambique. "É legal mostrar outra faceta da música eletrônica brasileira, não só a mais dançante", completa.

Para o próximo ano, Boffa ainda não tem nada definido, mas acha que talvez seja bom fazer uma pausa ou trazer, dependendo de como estiver a febre do funk carioca na Europa, o DJ Marlboro novamente, cuja influência na criação musical estrangeira atual é muito bem representada no Sónar 2005 pelo DJ Diplo e pela nova estrela da eletrônica, M.I.A.

E a grande adesão do público logo no primeiro dia de festival deixou uma multidão de fora do concerto de Matthew Herbert -Plat Du Jour. O Escenario Hall ficou pequeno e não era possível nem chegar perto da sua porta. Um artista deste porte deveria ter sido escalado para um dos palcos maiores, mesmo se tratando de algo não tão palatável para a maioria das pessoas com o tema "Música e Gastronomia", que definia seu concerto.

Para finalizar a programação do primeiro dia, o top DJ e produtor francês Laurent Garnier levou muita gente ao Sonarama, no Centro de Artes Santa Monica. Numa sessão de Cinemix, Garnier sonorizou ao vivo imagens do início do século passado de diversas partes do planeta. Da mesma maneira que costura como nenhum outro diversas vertentes da música em seus sets para as pistas de dança, Garnier mixou blues, jazz, canções dos anos 50, músicas típicas de diferentes nacionalidades com percussões, solos de piano e de guitarra. Infelizmente, uma parte do público não se prendeu ao espírito mais contemplativo da sessão e atrapalhou aqueles que pretendiam se deleitar com som e imagem num ruidoso entra e sai, empurrra-empurra e até com conversas em voz alta. Nota dez para Laurent Garnier, um mestre, zero para o público que nao mostrou respeito pelo artista ou pelos outros ali presentes.

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