Ana d'Arce
Especial para o UOL Música, em Barcelona



De volta com a franjinha que marcou sua imagem ao conquistar o reconhecimento do público e da crítica, no começo dos anos 2000, Miss Kittin transformou o Dôme numa grande e animada pista de dança neste segundo dia de Sónar.

Na quinta-feira, a tenda era a própria definição de lounge, onde pessoas sentadas ou espalhadas pelo chão curtiam sets e shows de música também dançante, porém mais experimental e alternativa. Hoje, numa tarde de sol intenso e céu azul tão límpido que era quase transparente, este mesmo espaço foi totalmente tomado por uma massa humana dançante e feliz.

Miss Kittin mostrou um incrível domínio sobre o público e recheou seu set de electro e tecnopop, numa mistura de clássicos e novas produções, com um pouco de house e até uma divertida mixagem de faixas do Kraftwerk. Sempre usando o microfone para incluir frases, cantar e mandar recados para a pista, que a cada virada de música vinha abaixo com gritos, assobios e aplausos, ela mostrou muito bom humor. Até quando a agulha de um dos toca-discos teimava em pular sobre o vinil, artista e público mantiveram o alto astral entre piadinhas e ovação.

Foi impressionante o apuro técnico da DJ e produtora, que na edição passada do Sónar fez um set bem para cima na festa de abertura do festival, no gigantesco clube Razzmatazz. A qualidade de sua voz também sobressaiu ainda mais no final do set, revelando maturidade e doçura, num contraste com suas novas tatuagens, que envolvem todo o seu braço direito.

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