UOL Música
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Tim Festival 2008

21 a 25 em São Paulo | 23 a 25 no Rio de Janeiro | 25 a 27 em Vitória

23/10/2008 - 04h28
Esperanza Spalding domina a noite das "moças sofisticadas" do Tim Festival

Vinicius Mesquita
Editor-assistente da Home Page do UOL


Marcelo Soubhia / UOL

Esperanza Spalding se apresenta no Tim, em São Paulo (22/10/2008)

Esperanza Spalding se apresenta no Tim, em São Paulo (22/10/2008)


A segunda noite do Tim Festival no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, foi batizada com o nome de "Sophisticated Ladies". Sim, Esperanza Spalding, Stacey Kent e Carla Bley são realmente moças sofisticadas, mas as três dificilmente compartilhariam o mesmo MP3. Em uma das pontas do triângulo está a baixista e cantora Spalding, 24 anos, virtuose, dinâmica e assumidamente influenciada por baixistas como Dave Holland e Jaco Pastorius. Na segunda ponta surge Kent, 40 anos, doce e afinada, fã de Ella Fitzgerald, porém mais compatível a Doris Day. Por fim, a veterana pianista, compositora e bandleader Carla Bley, 72 anos, que amadureceu seu gosto pelo free jazz durante o apogeu do rock, nos anos 1960.

Esperanza foi recebida por cerca de 700 pessoas (dos 800 lugares disponíveis no auditório) e abriu o espetáculo com uma de suas melhores composições, "She Got To You", gravada em seu último álbum "Esperanza".

Acompanhada por Leonardo Genovese no piano, Ricardo Vogt na guitarra, Pedro Ito na bateria e participação especial do violonista e guitarrista Chico Pinheiro, Spalding emendou na seqüência mais uma composição própria, "I Know You Know", e o standard "Body and Soul".

"Fico muito nervosa quando falo", disse Spalding. "Vou tentar ficar mais calma. Mas é a primeira vez que toco com essa formação que está aqui. Nossa próxima música será em homenagem ao Sol (chama-se "Sunligh"). Vocês têm muito sol por aqui, mas nós não temos muito por lá (nos Estados Unidos)", disse a baixista misturando palavras de três idiomas - português, espanhol e inglês - em todas as frases.

Fanática pela música do Brasil, a instrumentista mostrou sua própria leitura para "Ponta de Areia", composição de Milton Nascimento e Fernando Brant. "Esta foi uma das primeiras músicas brasileiras de que gostei. Ela dá uma sensação tão boa...Espero que vocês gostem da minha versão", disse a baixista.

Stacey Kent subiu ao palco às 22h10 e alterou a freqüência da noite, dissipando a energia propagada pela banda de Spalding. Com uma apresentação contida, focada nas músicas do CD "Breakfast on the Morning Tram", Kent ao menos mostrou versatilidade ao dividir seu concerto entre as melodias pop escritas pelo seu marido e saxofonista James Tomlinson com canções francesas, como "Ces Petits Riens" (Serge Gainsbourg), clássicos como "What a Wonderful World", imortalizado por Louis Armstrong, e composições brasileiras, como "Águas de Março" (Tom Jobim) e Samba da Bênção (Vinicius de Moraes e Baden Powell).

"É um grande prazer compartilhar minha música com vocês", disse Kent, arriscando o português. "Eu sempre quis vir ao Brasil", afirmou, retornando à língua inglesa. "É um sonho estar aqui. A música deste país sempre serviu de inspiração para mim. E cantar "Águas de Março", uma das composições mais lindas que conheço, para vocês, no Brasil, é maravilhoso", disse.

O espetáculo da compositora Carla Bley começou com aproximadamente 400 pessoas na platéia e não terminou com mais de 200. Baseado integralmente nas músicas do álbum "The Lost Chords Find Paolo Frasu", de 2007, Bley apresentou seu "concerto para bananas", com os seis movimentos do "The Banana Quintet" ("One Banana", "Two Banana", assim sucessivamente, até o sexto que, na verdade, chama-se "One More Banana"), além de "Liver of Life", "Ad Infinitum" e o bis, com "The Death of Superman".

Acompanhada pelos seus "The Lost Chords" - o veterano baixista Steve Swallow, o saxofonista Andy Sheppard e o baterista Billy Drummond - a pianista contou ainda com o apoio extra do trompetista Michael Rodriguez.

Bley continua irreverente como em início de carreira e segue sem barreiras estilísticas para suas composições. A sinfonia das bananas, por exemplo, funde de uma só vez referências do jazz avant-garde com a atmosfera taciturna de bandas como Pink Floyd, passando pelo folk rock politizado de Jackson Browne e pelo bolero mexicano.

As três moças sofisticadas apresentam-se no Rio de Janeiro, sexta-feira. No sábado, Kent e Bley vão a Vitória.

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