UOL Música
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Tim Festival 2008

21 a 25 em São Paulo | 23 a 25 no Rio de Janeiro | 25 a 27 em Vitória

26/10/2008 - 08h26
National faz show épico no encerramento do Tim em SP; MGMT traz poeira dos anos 60

MARIANA TRAMONTINA
Da Redação


Marcelo Soubhia / UOL

Apresentação do National no Tim Festival, em São Paulo (25/10/2008)

Apresentação do National no Tim Festival, em São Paulo (25/10/2008)


O rock and roll nova-iorquino tomou conta da última noite da versão paulista do TIM Festival 2008, neste sábado (25). Até a madrugada de hoje, a assessoria de imprensa do evento não tinha o número de público presente, mas visivelmente foi a noite que a tenda montada no Parque Ibirapuera mais recebeu visitantes.

Com quase dez anos de carreira, o The National abriu para o MGMT, uma banda com metade de sua experiência e três hits na discografia. O show épico e ensandecido do primeiro deixou a difícil tarefa para o segundo de fazer algo melhor do que o público já tinha presenciado. Ou serviu como um desafio, mal superado.

O National subiu ao palco às 22h pronto para a batalha: tocar para um público que só os conhece pela Internet --eles têm quatro discos na bagagem, mas nenhum lançado no Brasil. Assim, abriram o show com o dedilhado quase poético de "Start a War". A dobradinha tirada de "Boxer" (2007), disco mais recente do banda, veio com "Brainy" e sua bateria tribal.

A banda tem dois pares de irmãos (o baixista Scott é irmão do baterista Bryan Devendorf e os guitarristas Aaron e Bryce Dessner são gêmeos) e o vocalista Matt Berninger, com sua voz de barítono, que lembra Leonard Cohen e Tom Waits. No palco, Matt tem gestos econômicos e parece emular Ian Curtis (do Joy Division), mas com uma essência mais cativante. Foi fácil ganhar o público.

Para quem esperava o tom intimista e por vezes pacato de "Boxer", entendeu que o nome do disco é mesmo sugestivo e levou um verdadeiro soco no estômago. Matt e os amigos comandaram um show denso e com uma pegada indie pós-punk. O setlist, de 13 músicas, não deixou a bola cair --só não dançou quem não quis. "Fake Empire", "Slow Show", "Apartment Story" e "Mr. November" foram os grandes momentos da noite.

Ignorando os dois primeiros discos ("The National", de 2001, e "Sad Songs For Dirty Lovers", de 2003), a apresentação se concentrou em "Boxer" e "Alligator" (2005). Deste último, cinco faixas marcaram presença no repertório. De resto, apenas as pílulas românticas doloridas do último álbum movidas a guitarradas e a percussão maestral de Bryan.

Depois de uma hora de apresentação, o National sabia que tinha o público nas mãos e quis provar que podia ir além. A banda encerrou o show com "About Today", que aparece no EP "Cherry Tree", de 2004. A música pedia a participação de todos os músicos, inclusive convidados. E numa intensidade quase dramática, acompanhada de violino e um naipe de metais, fechou como um grande concerto.

Matt, que não toca nenhum instrumento, não deixou o palco até a última nota barulhenta silenciar. Ali, mostrou que o máximo que sua agressividade podia se manifestar era batendo uma garrafa de plástico no retorno de som. Não à toa, Matt canta com a mão no coração.

Psicodelia multicolorida
Às 23h, logo depois do som mecânico tocar "Gonna Fly Now" (sim, a música tema de Rocky Balboa), o MGMT --abreviação para The Management-- entrou no palco encenando um julgamento de bichos de pelúcia. Depois de enforcar um sapo e um ursinho, resolveram começar o show com "4th Dimensional Transition", anunciando que uma psicodelia multicolorida estava prestes a acontecer.

O guitarrista e vocalista Andrew VanWyngarden e o tecladista Ben Goldwasser, as cabeças por trás do MGMT, parecem dois hippies dos anos 60 perdidos na era da informação. Mais do que apropriado levar o rótulo de neo-hippies.

Acompanhados por um baixista (vestido com uma camiseta estampando o rosto de Jimi Hendrix), um outro guitarrista e um baterista, o quinteto remexeu nos escombros do pop e do rock psicodélico para buscar inspiração. E, com eles, trouxe toda a poeira junto.

Eles só têm um disco lançado, "Oracular Spectacular" (2007), de onde foi tirado todo o setlist do show. O ponto alto são, certamente, os hits: "Electric Feel", "Time to Pretend" (da trilha do filme "Quebrando a Banca") e "Kids". Nelas, se formou uma verdadeira competição de indies na disputa do pulo mais alto.

Mas o show, assim como o disco, perde um pouco o gás conforme o andamento. É quando entra uma dose excessiva de psicodelia, com longos solos de guitarra e bateria arrastada. E se a nova "Metanoia" é um indicativo de como será o próximo álbum, dá-lhe rock progressivo e cansativo.

Faltando três músicas para encerrar a apresentação, em "Time To Pretend" os meninos cantavam "é a nossa escolha/ viver rápido e morrer jovem". Ao final do show, essa é a impressão que fica: nadaram muito para morrer na praia. Jovens demais.

O Tim Festival 2008 continua neste domingo (26) no Rio de Janeiro com Tim Festa (Dan Deacon, Gogol Bordello, Junior Boys e outros DJs) e segue com mais duas noites em Vitória, no Espírito Santo, com Siba e Gogol Bordello (domingo) e The National e MGMT (segunda-feira).


Veja abaixo a lista de músicas do show do The National em São Paulo:

"Start a War"
"Brainy"
"Secret Meeting"
"Baby We'll be Fine"
"Slow Show"
"Squalor Victoria"
"Abel"
"All the Wine"
"Mistaken For Strangers"
"Apartment Story"
"Fake Empire"
"Mr. November"
"About Today"

Veja abaixo a lista de músicas do show do MGMT em São Paulo:

"4th Dimensional Transition"
"Pieces of What"
"Of Moons, Birds and Monsters"
"Weekend Wars"
"The Youth"
"Electric Feel"
"Metanoia"
"Time to Pretend"
"Kids"

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