Michael Jackson 1958-2009
27/10/2007 - 06h20 Stefano Di Battista brilha para poucos no melhor show da noite VINICIUS MESQUITA
O saxofonista Stefano Di Battista arrancou inspiração de suas últimas reservas de energia para promover o melhor show da primeira noite de jazz do Tim Festival de São Paulo, realizado no Auditório Ibirapuera. Pena que tudo começou uma hora da manhã de sábado e boa parte do público já tinha desistido da maratona. Di Battista não perdeu tempo com inovações mais extremadas e mergulhou de cabeça do hard bop. Acompanhado pelo criativo organista francês Baptiste Trotignon, pelo trompetista revelação Fabrizio Bosso e pelo baterista Greg Hutchinson, o saxofonista flutuou entre nobres composições da cartilha do jazz e peças de própria autoria, principalmente aquelas que fazem parte do mais recente álbum, "Trouble Shootin'", já lançado no Brasil. Músicas como 'The Jody Grind', do pianista Horace Silver, já estavam previamente no cardápio, porém, em ritmo intenso, desafiando a poderosa noção de improviso de Bosso e os grooves de Trotignon em seu Hammond B-3, Di Battista trouxe versões incandescentes para clássicos de Kenny Burrell e Bobby Timmons. Sua fluência no sax alto traz à lembrança a imagem do selvagem norte-americano Art Pepper, tão criativo quanto virtuoso. "Vou tentar falar em português, ou em um português misturado com espanhol e italiano", brincou Di Battista. "Vocês entendem? Ótimo." No final, desviando dos padrões adotados pela temporada 2007 do Tim, o saxofonista, aclamado pelo público, retornou ao palco para o bis e revitalizou o clássico popular "Mack The Knife", simbólica obra do songbook de intérpretes como Louis Armstrong a Frank Sinatra.
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