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03/04/2003 - 10h00
Romântico exagerado Cazuza faria 45 em 2003; cantor morto em 90 injetou dor-de-cotovelo no rock

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O cantor Cazuza, que completaria 45 anos nesta sexta

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"O amor é brega
Eu quero um"

(Cazuza, 1989)



da Redação

Uma das personalidades mais marcantes da geração 80 do rock nacional e primeiro artista brasileiro a admitir publicamente que estava como Aids, Cazuza completaria 45 anos nesta sexta-feira (4).

O músico, morto em 1990, ganhou lugar no primeiro time dos compositores brasileiros como o autor de dezenas de hits que fizeram a trilha sonora da década de 80, como "Bete Balanço", "Exagerado" e "Brasil", seja no Barão Vermelho -banda que integrou até 85- ou em carreira solo.

Fã de Dolores Duran, Cartola, Lupicínio Rodrigues e outros medalhões da velha guarda, Cazuza injetou no rock, por meio de suas letras, a melancolia de seus ídolos, e deu uma identidade roqueira à dor-de-cotovelo.

Nascido Agenor de Miranda Araújo Neto, filho de um divulgador da gravadora Som Livre, João Araújo (que viria a se tornar presidente da empresa), Cazuza cresceu cercado por artistas da MPB, como Elis Regina, Jair Rodrigues e os Novos Baianos, que freqüentavam sua casa.

Na adolescência, Cazuza conheceu o rock de Janis Joplin, Rolling Stones e Jimi Hendrix, que logo combinou em baladas de sexo e drogas. Cansado de ter de buscar o filho na delegacia, o pai acabou por arrumar-lhe um emprego no departamento artístico da Som Livre.

Depois de passagens por diversos empregos, um curso de fotografia na California, e um grupo de teatro, em 1980, aos 23 anos, Cazuza -ou Caju, como era conhecido pelos amigos- entrou para o Barão Vermelho.

Cazuza foi apresentado a Roberto Frejat e os outros integrantes do Barão por um amigo comum, o cantor Léo Jaime, que sabia que os rapazes procuravam um vocalista. Encontraram mais do que isso: Cazuza deu ao grupo sua voz e suas letras.

O primeiro disco da banda, "gravado em 48 horas", não emplacou, mas a dupla Frejat e Cazuza percebeu que estava no caminho certo quando Caetano Veloso incluiu a música "Todo Amor que Houver Nessa Vida" em um show seu.

O disco seguinte foi impulsionado pelos sucessos "Pro Dia Nascer Feliz" -também gravado por Ney Matogrosso- e "Bete Balanço", trilha do filme homônimo, de Lael Rodrigues, que trazia Débora Bloch no papel da personagem principal.

"Maior Abandonado", terceiro disco do grupo, rendeu ao Barão seu primeiro disco de ouro, mas trouxe também os primeiros atritos entre Cazuza e os outros integrantes da banda.

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"Os atritos com o Barão começaram por ocasião do Rock in Rio. Era bem ciumeira de garotos instigada pela imprensa, que sempre me colocava à frente deles em entrevistas, ou mesmo pelo público, que sempre gritava meu nome nos shows", declarou Cazuza em entrevista publicada em seu site oficial.

Prestes a entrar em estúdio para gravar o quarto disco, Cazuza pulou fora da banda. Segundo o cantor, que se sentia insatisfeito com seu papel como vocalista do grupo, o fato foi bom para os dois lados: "A dor acabou, continuei superamigo deles, minha parceria com o Frejat ficou melhor ainda".

A partir de 1985, como artista solo, Cazuza lançou cinco discos em quatro anos. O primeiro sucesso, "Exagerado", tornou-se um "cartão de visitas" dessa nova fase de sua carreira.

"Brasil", tema de abertura da novela "Vale Tudo", na voz de Gal Costa, foi também um grande sucesso do compositor em 88.

Em 1989, Cazuza admitiu publicamente ser portador do vírus do HIV, numa época em que havia ainda poucas opções de tratamentos para a Aids, e todas pouco eficientes.

O cantor morreu precocemente aos 32 anos, no dai 7 de julho de 1990, depois de uma série de internações no Brasil e no exterior, vítima de complicações de saúde ocasionadas pelo HIV.

No mesmo ano, a mãe do cantor, Lúcia Araújo, fundou a Sociedade Viva Cazuza, de apoio a crianças portadoras do vírus HIV, que funciona no Rio de Janeiro.

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