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Obama e Katy Perry se unem no Grammy contra a violência doméstica

09/02/2015 11h38

O presidente americano, Barack Obama, e a cantora pop Katy Perry se uniram para transformar a premiação do Grammy 2015, na noite de domingo (8), ao menos por alguns minutos, em uma campanha contra a violência doméstica.

Ao fim do espetáculo Obama apareceu inesperadamente em uma mensagem gravada e transmitida em um telão em cima do palco. Sua mensagem: convocar os telespectadores a erguer sua voz contra a violência contra as mulheres.

"Neste momento, cerca de uma em cada cinco mulheres nos Estados Unidos foi vítima de estupro ou tentativa de estupro. E mais de uma em cada quatro mulheres sofreu alguma forma de violência doméstica", disse o presidente. "Isso não está certo. Isso tem que terminar", acrescentou.

Logo depois, a sobrevivente de violência doméstica e ativista Brooke Axtell subiu ao palco para conotar sua  história e emocionou o Staples Center, em Los Angeles: "Após um ano de romance apaixonado com um homem bonito e carismático ele começou a abusar de mim e eu estava atordoada", disse Axtell.

"Acredito que ele estava me atacando porque estava sofrendo e precisava de ajuda. Pensei que minha compaixão podia mudá-lo e restaurar nossa relação. Mas minha empatia estava contra mim", disse. "Tinha medo dele e estava envergonhada por estar nesta situação", contou Axtell.

Katy Perry, em seguida, apareceu no palco em um vestido branco para cantar o seu hino inspirador que versa sobre sobrevivência, "By the Grace of God".

Sua apresentação contrastou com o show que fez no domingo retrasado no Super Bowl do futebol americano, no qual ela não fez nenhuma referência à violência doméstica, uma questão polêmica que abalou a liga norte-americana do esporte.

Chris Brown x Rihanna
O Grammy foi ofuscado anos atrás por um caso surpreendente de violência doméstica. Na véspera da cerimônia de 2009, o cantor de R&B Chris Brown, indicado para três Grammys este ano, espancou sua então namorada, a cantora Rihanna. Ambos estiveram presentes na cerimônia no domingo, com Rihanna se apresentando logo após Katy.

A opinião pública americana tem prestado atenção nos últimos tempos na questão da violência doméstica, em parte devido a alguns abusos vinculados a atletas famosos.

Obama disse que os artistas "têm um poder sem igual para ajudar a mudar mentalidades e atitudes".

"Ainda importa"
Momentos antes, o rapper Pharrell Williams apresentou uma versão de seu sucesso "Happy" com o pianista Lang Lang e aproveitou para homenagear o movimento que busca deter a brutalidade policial contra os negros no país.

Ao apresentar o prêmio de álbum do ano, o cantor Prince também foi pelo mesmo caminho: "Os álbuns, assim como os livros e a vida dos negros, ainda importam", disse, aplaudido.

* Com informações da Reuters