Rammstein processa Alemanha por classificar álbum como "nocivo a menores"
A banda de rock Rammstein abriu um processo contra o Estado alemão nesta segunda-feira (4), exigindo uma indenização de 66 mil euros (cerca de R$ 275,4 mil) pela inclusão do álbum "Liebe Ist für Alle Da" ("O Amor È para Todos", em português) na lista da Agência de Verificação de Mídia Nociva para Menores (BPjM, na sigla em alemão).
Em 2009, o órgão classificou de "embrutecedora" e "imoral" uma das músicas do disco, "Ich tu Dir Weh" ("Eu te Machuco"), e uma imagem de tortura que aparece no livreto que acompanha o álbum. Para a agência, a canção compromete o desenvolvimento dos jovens. Em consequência, o álbum foi posto no índex.
Quando uma obra é listada pelo órgão, ela não pode ser anunciada e só pode ser vendida dentro de condições estritas. O Rammstein argumentou que, após a classificação, foi obrigado a destruir ou manter armazenadas 85 mil cópias do álbum e exige que o prejuízo seja ressarcido pelo Estado.
Recurso estilístico
Meio ano após a classificação, o Tribunal Administrativo de Colônia retirou o disco do Rammstein da lista. Para a corte, a decisão da agência havia sido ilegal por não fazer um balanço adequado entre liberdade artística e proteção à juventude.
Para o tribunal de Colônia, a representação marcial e exagerada da violência é um recurso estilístico da banda. Trata-se de uma encenação e, por causa desse distanciamento, não pode ser considerada um real excesso de violência, afirmou a corte.
Não se sabe por que o Rammstein só entrou com a ação contra o Estado agora, sete anos depois da decisão do tribunal. O processo no Tribunal Regional de Bonn deve começar em meados deste ano. Os seis integrantes da banda não terão que estar presentes.
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