Topo

Com cara de anos 90, Jamiroquai mostra disposição em manter pista de dança em SP

Jay Kay durante show do Jamiroquai no Festival Natura Nós, na Chácara do Jockey, em São Paulo (16/10/2010) - Leonardo Wen/UOL
Jay Kay durante show do Jamiroquai no Festival Natura Nós, na Chácara do Jockey, em São Paulo (16/10/2010) Imagem: Leonardo Wen/UOL

MARIANA TRAMONTINA

Da Redação

17/10/2010 06h01

Se na edição 2009 do Festival Natura Nós, em São Paulo, Sting levou o cacique Raoní para o palco, este ano foi Jay Kay quem lembrou a cultura índigena ao entrar em cena com seu tradicional cocar de penas pretas, ao som de "Revolution 1993". Por sorte, suas danças peculiares não trouxeram a chuva que caiu durante a tarde de volta para a desfavorável Chácara do Jóckey, que abrigou o evento neste sábado (16) e guarda um histórico de transtornos pouco conforto em dias chuvosos.

Pela quarta vez no Brasil e com uma big band, Jay Kay dominou o palco com sua combinação de suingue e groove sob influência do movimento acid jazz. Sua voz ainda soa muito bem, assim como sua disposição em manter funcionando uma pista de dança a céu aberto. De novidade no show do Jamiroquai estavam as faixas do disco "Rock Dust Light Star", inédito e previsto para sair em novembro.

Do funk ao R&b com linhas de baixo distorcido, riffs de órgão e batida pegajosa, o homem do Jamiroquai trouxe de volta a disco music que deve tomar seu próximo álbum, como em "Rock Dust Light Star" e "White Knuckle Ride". Mesmo as inéditas e poucos conhecidas foram motivo para a plateia continuar dançando, mesmo que com menos entusiasmo. Só não ajudou o fato de a banda estender a maioria de suas músicas, ultrapassando o repetitivo.

Jamiroquai continua a cara dos anos 90. O show transita numa linha tênue entre o datado e o nostálgico. "Virtual Insanity", "Cosmic Girl" ou "Deeper Underground" remetem facilmente a época em que seus videoclipes superproduzidos dominavam os canais de música na televisão. Uma lembrança que volta à realidade quando os vídeos participam do cenário, em exibição num telão ao fundo do palco, enquanto as canções são executadas.

Depois de uma hora de quase duas horas de show, ultrapassados pela mudança do horário de verão, Jay Kay saiu do palco, levou sua banda embora e deixou o público pedindo por "Space Cowboy". Essa vai ficar para a próxima visita do cantor ao país.

Programação brasileira
"O que a gente precisa é tomar um banho de chuva", cantava Vanessa da Mata em "Ai Ai Ai" frente a um cenário não programado: o temporal que caiu na Chácara do Jockey na tarde deste sábado. A cantora, uma das seis atrações nacionais do festival, começou seu show pouco depois das 17h, deu ao público ainda tímido suas "Vê Se Fica Bem" e "Carimbó", mas teve de interromper sua apresentação e encerrar 20 minutos mais cedo do que o previsto por causa da chuva.

O paulistano Marcelo Jeneci --dono da composição "Amado", de Vanessa da Mata-- foi quem abriu a programação do festival com um show para menos de cem pessoas das 17 mil que chegariam até o final do evento. Ainda sob sol forte, os dois palcos montados na Chácara foram intercalados por Cidadão Instigado, Karina Buhr, Céu e os brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju, que promoveram a tradicional roda no meio do público.

Neste domingo (17), o evento é dedicado às crianças e família, com shows de Adriana Partimpim, do grupo Pequeno Cidadão, da dupla Palavra Cantada, e Pato Fu, que vai apresentar o projeto "Música de Brinquedo".