Maurício Stycer: O primeiro show dos Stones a gente nunca esquece
Estádio do Pacaembu, 27 de janeiro de 1995, primeira noite do festival Hollywood Rock, em São Paulo. Para o show inaugural no Brasil, depois de mais de 30 anos na estrada, os Rolling Stones capricharam. Junto à banda veio o palco, uma estrutura gigantesca, criada para a turnê do álbum "Voodoo Lounge" (1994).
Para quem chegava ao estádio, o impacto só não era maior por conta de um detalhe incômodo: a chuva. Por mais seis de horas, ela castigou São Paulo, causando estragos variados. Rita Lee, por exemplo, teve que a cancelar a apresentação que faria naquela noite por conta de problemas técnicos. Os Spin Doctors tocaram debaixo de temporal.
Às 23h15, quando Mick Jagger, Keith Richards, Ron Wood e Charlie Watts apareceram no palco (e nos telões), ainda chovia, mas o Pacaembu não estava nem aí. Foi um show glorioso, encerrado duas horas e quinze minutos e 25 músicas depois, no qual a banda serviu doses generosas do que sabe fazer melhor.
O crachá de imprensa usado pelo repórter Mauricio Stycer no Hollywood Rock 95
Jagger, então com 51 anos, corria, rebolava e saltava pelo palco gigante como uma criança. Richards, na sua, como se estivesse num show próprio, e Wood, com seus solos, levavam os “air-guitarristas” da plateia ao delírio. Watts, carrancudo como sempre, fez o serviço habitual, mas com um detalhe: ao sair de trás da bateria para agradecer os aplausos, no fim do show, estava só de meias.
Além das canções do álbum novo, que então divulgava, os Stones sabiam que aquele público estava lá, depois de uma espera de mais de três décadas, para participar de um karaokê. E não decepcionaram.
Impossível esquecer da primeira vez que ouvi, ao vivo, “(I Can Get No) Satisfaction” --o público festejou a apresentação como se fosse gol do título. Teve “Honky Tonk Women”, “Sympathy for the Devil” e “Jumpin' Jack Flash”, entre outros hits.
Para os padrões de 1995, os Stones deram um espetáculo de profissionalismo, com um som forte, efeitos de luz e aquele palco impressionante. Somado a isso, Jagger fez as honras da casa com o mais puro rock and roll --música e atitude.
Por maior que tenham sido os incômodos de quem suportou aquela noite caótica de chuva no Pacaembu, foi um show para não esquecer.
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