Maroon 5 provoca histeria coletiva em show no Rio

Depois de uma apresentação inesperada no Rock in Rio 4, em 2011, quando foi escalado na última hora, o Maroon 5 voltou a tocar no Rio na noite de ontem para uma HSBC Arena lotada. Na sexta-feira, o grupo já havia passado por Curitiba e, hoje, encerra a turnê brasileira na Arena Anhembi, em São Paulo, também com ingressos esgotados.

Na sequência de um show de meia hora de duração do cantor americano Javier Colon, os ingleses do Keane subiram ao palco com pontualidade britânica, às 22h, com a missão de entregar um público aquecido para a atração principal da noite. Com a bandeira do Brasil amarrada ao pedestal, em 55 minutos de show a banda cumpriu bem a tarefa, com seu pop romântico morno, mas de fácil digestão. O setlist não fugiu do óbvio e incluiu hits como “Everybody’s Changing”, “This is the Last Time” e “Somewhere Only We Know”.

A pontualidade que faltou em Curitiba, por conta do atraso na liberação de parte dos equipamentos da banda, sobrou no Rio. Às 23h30 em ponto, o Maroon 5 deu o ar de sua graça para uma histeria coletiva, para beatlemania nenhuma botar defeito. O público era formado essencialmente por adolescentes (algumas nem tão novas, diga-se), exceção feita a um ou outro casal mais maduro e a algumas mães zelosas que acompanhavam seus rebentos.

O roteiro seguiu quase à risca ao que se viu no show realizado na capital paranaense e nas apresentações no México, última escala da banda antes de chegar ao Brasil. À abertura com “Payphone” seguiu-se uma citação a “Don’t Stop ‘Till Get Enough”, de Michael Jackson, emendada com o sucesso da banda “Makes Me Wonder”.

A espinha dorsal do show, a propósito, trouxe outros grandes sucessos do grupo, como “Sunday Morning”, “Won’t Go Home Without You” e “Wake Up Call”, alternados a canções do mais recente álbum da banda, “Overexposed”. Antes de “Sunday Morning”, aliás, o vocalista Adam Levine arriscou seu primeiro contato com a plateia, sempre em inglês. “Nós ficamos muito felizes por termos tocado no Rock in Rio, no ano passado, nesse que é um dos maiores eventos de música do mundo”, elogiou, para delírio do público.

Logo depois de “Wake Up Call”, outro surto de histeria coletiva, quando Levine tirou a camisa. O público, já aos gritos, só não contava que houvesse outra por baixo. Idolatria à parte, a banda destilava com muito profissionalismo seu mix de pop com dance music que, em vários momentos, revelou um flerte do grupo com o rock. Vale menção a boa iluminação e cenografia da turnê, com seus efeitos em 3D.

Mais adiante, Levine voltou a incendiar as fãs. “Todo mundo aqui hoje parece tão apaixonado e animado. Muito obrigado por isso”, disse, antes da gritaria generalizada. Já perto do fim do set, veio “This Love”, um dos maiores sucessos do grupo, cantada a plenos pulmões pelo público. Na sequência, Levine apresentou “o novo vocalista da banda”, na verdade o guitarrista James Valentine, a quem ele chamou de Jimmy V, que cantou “Seven Nation Army, do White Stripes, enquanto o verdadeiro vocalista atacou de baterista.

O encerramento foi com uma versão acústica de “She Will Be Loved”, que boa parte do público, especialmente quem estava mais próximo ao palco, retribuiu levantando corações de papel. No bis, antes de “Daylight”, Levine interagiu com o público uma última vez. “Quem aí tem nosso álbum mais recente?Essa é a minha música favorita desse disco”. Durante a interpretação da canção, o vocalista se animou e terminou de cantá-la deitado no palco. Vieram, então, “Don’t You Want Me”, boa versão para o clássico dançante oitentista do Human League, e o arrasa-quarteirão “Moves Like Jagger”, para fechar com chave de ouro e gerar mais um momento de histeria coletiva.

Entre milhares fãs, duas tiveram um motivo extra para comemorar. A analista de RH Claudia Soares, de 36 anos, e a estudante de Direito Bruna de Oliveira, de 21, foram as vencedoras da promoção Meet & Greet e se encontraram com a banda pouco antes da apresentação, no camarim da casa de espetáculos.

“Foi rapidinho, durou cerca de um minuto, mas foi ótimo. Nós só tiramos uma foto com eles, conversamos rapidamente e saímos. Mas, na medida do possível, eles foram muito receptivos e simpáticos”, contou Claudia.

“Foi o máximo. Valeu muito a pena. Eles são muito animados. Depois, foi só correr pra assistir ao show, que foi muito bom, cheio de hits. Só tenho a agradecer pela oportunidade”, comemorou Bruna.

Confira o set list do show do Maroon 5 neste sábado (25)

“Payphone”
“Makes Me Wonder” (com trecho de “Don't Stop Until You Get Enough”, de Michael Jackson)
“Lucky Strike”
“Sunday Morning”
“If I Never See Your Face Again”
“Wipe Your Eyes”
“Won't Go Home Without You”
“Harder to Breathe”
“Wake Up Call”
“One More Night”
“Hands All Over”
“Misery”
“This Love”
“Seven Nation Army” (White Stripes)
“She Will Be Loved” (versão acústica)

Bis
“Stereo Hearts”
“Daylight”
“Don't You Want Me” (Human League)
“Moves Like Jagger” (com trecho de “Sexy Back”, de Justin Timberlake)