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"Era uma vergonha uma metrópole como São Paulo ter só uma rádio rock", diz João Gordo sobre volta da 89 FM às origens

Do UOL, em São Paulo

20/12/2012 19h34

A notícia da volta da Rádio Rock em São Paulo como UOL 89 FM A Rádio Rock movimentou os músicos da cena roqueira. A partir da 0h de sexta-feira, a 89,1 FM volta ter programação dedicada exclusivamente ao rock. Desde que foi reformulada em 2006, assumindo um segmento mais pop, os roqueiros de plantão sentiram o buraco deixado no dial --preenchido em parte pela Kiss FM, que investe no classic rock.
 

“Acho imprescindível. Era uma vergonha uma metrópole como São Paulo ter só uma rádio de classic rock. Embora eu escute somente a rádio João Francisco, eu quero a 89 Rádio Rock já!”.
João Gordo, vocalista do Ratos de Porão

"Quando a 89 FM deixou de ser a Rádio Rock ficou um buraco enorme no rock nacional. Acharam que a internet iria suprir isso, mas não supriu. A volta da 89 é essencial para manter o rock forte. A primeira demo dos Inocentes tocou na 89, em 1985. Lembro quando levei a fita de rolo lá e logo depois já ouvi a música no carro. O rock precisa falar com mais gente".
Clemente, vocalista e guitarrista das bandas Inocentes e Plebe Rude

"Demorou para voltar. Não devia nunca ter saído do ar. É uma rádio muito importante na cena, já promoveu vários encontros. Toquei com o Ira! na escola que eles estudaram, com os Titãs. Foram muitos festivais. Estava fazendo falta, era um buraco nas opções em São Paulo. Só tínhamos uma rádio que ficava no clássico, e agora a 89 chega mais abrangente, com conteúdo mais atual. E em uma data especial, como o fim do mundo (risos). Estou feliz em fazer parte disso. Toda a sorte para nós no rock and roll".
Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura

"Antigamente, a 89 tinha programas demais, eu escutava sempre, tudo para conhecer bandas novas. Eu não sei como vai ser essa nova programação, mas se for desse jeito antigo, vai ser muito bom, pois pode abrir espaço pra muitas bandas novas e legais".
Rafael Crespo, guitarrista do Planet Hemp

"Estava fazendo muita falta. Essa volta é extremamente bem-vinda. Agora tenho um filhinho de 1 ano e ando ouvindo muita rádio quando estou voltando da creche. Sinto falta de rádios segmentadas. A Plebe Rude saúda essa volta!".
Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rude

"É um ótimo momento saber disso antes do fim do mundo. Agora sabemos que tem uma programação boa de volta às rádios. Temos os pastores de igrejas, rádios fragmentadas, sertanejo, e por que não rock? Quando a gente passava em São Paulo era obrigatório ouvir a 89. E a gente tem ótimas lembranças daqueles tempos, das divulgações promovendo os álbuns. Longa vida à Rádio Rock!".
João Barone, baterista da banda Paralamas do Sucesso

"Boas lembranças do passado! O retorno valoriza a nossa arte, porque viver de música bom, mas de rock é melhor. E o futuro ao povo rock pertence".
Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr.

"Acho sensacional. Marcas como a da 89 têm uma representatividade na música, assim como o nome de grandes artistas. É como se um grande artista estivesse lançando um novo álbum. Seja bem-vinda, que permaneça no lugar que nunca deveria ter saído".
Henrique Portugal, tecladista do Skank

"Uma rádio dedicada ao rock nós temos com a Kiss FM, mas é o rock clássico. Essa volta chega numa hora maravilhosa, nunca tiveram tantas bandas boas ao mesmo tempo sem grande veiculação. Se você não faz parte de um grupo específico, mesmo com internet, você não descobre tantas coisas. O canal da música é a rádio. Se você não tem a rádio para tocar essas coisas, você não tem grande acesso ao que acontece. Não poderia vir em melhor hora. Longa vida!".
Guilherme Isnard, vocalista das bandas Zero e Voluntários da Pátria
 
"A 89 FM deixou um espaço gigantesco. É muito legal ela voltar, era uma referência mesmo para a gente que não morava em São Paulo. A gente já chegava na cidade ouvindo a 89. A 89 lançou um monte de coisas. Eu moro no Rio, por muito tempo ficamos sem uma rádio de rock. Somos um país muito musical e com muitos gêneros. O rádio deveria em geral refletir a democracia musical que existe no Brasil. Acho muito legal, o rock tem milhões de vertentes, e a 89 já era democrática nesse sentido. Conheci muita coisa com a rádio, ficava ali do lado gravando fita cassete, mesmo que a música não chegasse até o fim."
Gabriel Thomaz, vocalista do Autoramas
 
"A rádio está na contramão da maioria das rádios do nosso país. Em pleno 2012, ao invés de a gente ter uma cultura mais aberta, retrocedeu. O país está cada vez mais careta. A volta da 89 serve de exemplo para elevar o nível da música. As bandas de rock agradecem".
Badauí, vocalista do CPM 22
 
"Acho que São Paulo precisa de mais uma rádio rock. É uma cidade totalmente roqueira. Dizem que o estilo está devagar, mas está bem vivo. Não é um estilo da moda, é como religião. Vida longa à 89, que ressuscitou!".
Supla, cantor e baterista da banda Brothers of Brazil
 
"Só tinha sobrado a Kiss, que é a rádio em que eu tenho um programa. E a audiência da Kiss tem aumentado muito. Acho que a volta é um reflexo da carência desse público. Com a 89 FM, o rock está voltando no dial de São Paulo".
Nasi, cantor do Ira!
 
"Demais! Rádio é uma das coisas mais legais do mundo. Infelizmente, poucas rádios tocam rock. Em São Paulo, só temos uma rádio rock, que mesmo assim é um pouco restrita. Escutava a 89 FM quando era moleque. Espero que ajude a mudar um pouco o panorama do rock brasileiro nas rádios, que já não tem tanto espaço. Tem muita banda legal por aí e essa é uma forma de mostrar o trabalho".
Gustavo Riviera, vocalista Forgotten Boys
 
"Eu acho que o rock nacional enfraqueceu muito depois que a 89 acabou. Na época do Raimundos, Charlie Brown, era a época que a 89 estava bombando muito. O fim da 89 enfraqueceu muito a cena rocker. A gente espera que a volta ajude a melhorar a cena e que abra espaço para a garotada que não tem espaço na mídia para divulgar, porque os programas de TV sobre música ainda são muito inspirados no que rola nas rádios".
Fabrizio Martinelli, ex-guitarrista do Hateen e atual Vowe
 
"A volta é importantíssima para o rock de São Paulo e do Brasil. Sou do tempo no qual a 89 era o refúgio dos roqueiros. Ouvi Replicantes pela primeira vez na 89. O Paulão (vocalista) foi produtor musical lá. A Kiss é a única rádio rock atualmente, mas só toca clássicos. Não abre portas para coisas novas e a música vive de novidades. A 89 vem em um momento oportuno para o rock nacional".
Cavalo, guitarrista do Velhas Virgens

"Eu acho ótimo. Vou acompanhar, vou curtir!"
Paulo Miklos, vocalista e compositor do Titãs
 
"Acho um absurdo uma cidade como São Paulo não ter uma rádio de rock que preste. E que sempre lota shows internacionais de rock na cidade. Não faz sentido. Longa vida (ressurreição) à UOL 89FM"
Lucio Ribeiro - Jornalista