Sheilas se reúnem: "Não queríamos pessoas ditando regras"
Foi na internet que a ideia se cristalizou. Após participarem de pequenos shows em boates no início deste ano, Sheila Mello (a loira), 35, e Scheila Carvalho (a morena), 40, viram-se inundadas por mensagens nas redes sociais. Os fãs exigiam a reedição imediata da dupla que botou o Brasil para dançar no final dos anos 1990, no grupo É o Tchan!. Desafio aceito. Onze anos depois de rebolarem juntas pela última vez, as Sheilas estão de volta. Para o delírio dos saudosistas.
"Sempre mantivemos a amizade, sempre nos encontrando. Digo que foi uma saudade dos dois lados, do nosso e do público. Nós marcamos uma geração. E, como as participações que fizemos foram muito boas, com uma resposta muito boa do público, convidei a Carvalho", diz ao UOL Sheila Mello, que bailou na banda entre 1998 e 2003, substituindo Carla Perez.
No projeto "As Sheilas Sob as Luzes", elas dançam hits como "Melô do Tchan" e "A Dança do Bumbum", que foram regravados para se encaixarem melhor nos novos passos do coreógrafo Daniel Lourenço, agora à base de stiletto, ragga e outras danças urbanas. O figurino menos revelador e os movimentos nitidamente mais suaves são indícios de um tempo que passou. As Sheilas, que já dividiram uma capa da "Playboy", são hoje mães de família. E querem ser donas do próprio destino.
"Acho que o principal fator para voltarmos sozinhas, fora do É o Tchan!, é termos autonomia para conduzir tudo o que está por trás do show. Vivemos momentos parecidos, somos casadas, temos filhos. Essa é a prioridade. Se fizéssemos parte de outro grupo, teríamos pessoas ditando regras, e nesse momento isso não cabe", diz a loira, mulher do ex-nadador Fernando Scherer, o Xuxa.
Bênção de Cumpadre Washington
Engana-se quem imagina um racha com o grupo de Beto Jamaica e Cumpadre Washington, que também voltaram aos palcos com nova formação. Segundo as dançarinas, os vocalistas autorizaram a utilização das músicas para o show. "Minha relação [com eles] sempre foi de muito respeito e carinho. Com todos. O Jacaré, que é meu padrinho de casamento, será homenageado nos shows. E, para lançar este projeto, eu liguei para o Washington para pedir a bênção", afirma Mello.
A ideia, por ora, é apenas surfar na onda nostálgica, com apresentações em casas de pequeno e médio porte do Brasil. O lançamento de um CD ou DVD incluindo composições inéditas ainda não está nos planos. Anteriormente anunciada com 40 apresentações, a turnê ainda não foi fechada. O show em Rio Claro (SP), no dia 8 de agosto, que abrirá os trabalhos, deve inclusive ser adiado, por atrasos na produção.
Os imprevistos, no entanto, não chegam a tirar o sono de Carvalho --desde os anos 1990, a dupla é didaticamente conhecida pelos sobrenomes. "Preferimos esperar para que tudo saia perfeito. Eu não vinha feliz como apresentadora [do programa "Domingo da Gente", da TV Record], ainda mais depois que tiraram minha plateia. Sou uma pessoa que só me realizo com o público. Valorizo muito essa troca de energia. Fiquei superfeliz de voltar a dançar", afirma a morena.
"Isso não é um plano de carreira para nós, mas é uma forma de fazer com que as pessoas revivam tudo isso junto com a gente. É nossa história que estará sendo contada. E é a chance de a nova geração acompanhar de perto o que pais e mães contavam. Queremos fechar essa história com chave de ouro", diz Carvalho.
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